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Tempero: Banco Central mantém taxa de juros e estica a corda no embate com o governo

Programa traz comentários sobre os principais acontecimentos políticos desta semana

"Inimigo do Brasil": Banco Central é criticado por economista do mercado financeiro - Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Quando os juros começaram a subir, em 2021, os bancos registraram lucro recorde

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. A reunião que manteve o atual valor da taxa foi realizada na quarta-feira (22) e sinalizou que o BC está disposto a esticar a corda no confronto com o governo. Com a decisão, o Brasil figura entre as maiores taxas de juros do mundo.

Apesar das críticas do presidente Lula, das centrais sindicais e de setores importantes do governo, o Copom está convicto da decisão de manter a taxa elevada e sugeriu, em nota, que pode haver novos aumentos no futuro. 

Tanto o ministro da Casa Civil, Rui Costa, quanto o da Fazenda, Fernando Haddad, não concordam com a posição do Banco. Costa afirmou que "não tem razão econômica" para manter a taxa no atual patamar. Haddad demonstrou preocupação com o tom da nota do Copom, mas defendeu harmonia entre BC e o governo. 

Enquanto isso, a população sofre com as elevadas taxas de juros. No ano passado, 77,9% das famílias estavam endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC) – é o maior percentual já registrado. 

Se por um lado tem gente com o orçamento apertado por causa da Selic, de outro tem gente – um quantidade bem pequena, inclusive – lucrando. Quando os juros começaram a subir, em 2021, os bancos registraram lucro recorde. Já o governo, entre agosto de 2021 a julho de 2022, gastou R$ 586 bilhões para pagar os juros da dívida.

Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, apresentado esta semana por Glauco Faria, editor-chefe do site do Brasil de Fato

Mobilização contra o Novo Ensino Médio 

Esta semana também foi marcada por atos nacionais na área da educação. Os professores de pelo menos 14 capitais saíram às ruas em luta pela aplicação do piso nacional da categoria. Apesar de ter sido aprovado em 2008, o piso ainda não é cumprido por todos os estados e municípios. A categoria também se manifestou pelo revogação do Novo Ensino Médio. 

Joias sauditas 

O ex-presidente Jair Bolsonaro devolveu, nesta sexta-feira (24), o conjunto de joias masculinas avaliado em, aproximadamente, R$ 500 mil que havia sido presenteado pelos Emirados Árabes e que estava sob sua posse. O Tribunal de Contas da União entendeu que a conduta era irregular e determinou a devolução dos itens no prazo de cinco dias. 

Este assunto tem arranhado a reputação do casal Jair e Michelle Bolsonaro, e está em curso uma operação para reduzir os danos causados pelas joias sauditas.

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tentou minimizar o assunto das joias, dizendo que "as coisas acontecem, a gente erra demais".

Em outra frente, a imprensa também tem ajudado nessa passada de pano em relação ao tema e tem dado um relevante espaço para divulgar os planos da ex-primeira-dama para retornar ao Brasil. 

Panela de pressão fervendo em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentou esta semana a primeira greve de sua gestão. A categoria dos metroviários decretou paralisação e cobrou uma série de medidas, entre elas o pagamento de abono salarial  para os trabalhadores em relação ao período trabalhado na pandemia. 

Onde assistir 

O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários. 

As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.

Edição: Thalita Pires