Bahia

LUTA

Mulheres baianas marcham por igualdade e pelo fim da violência no 8 de março

No Dia Internacional de Luta das Mulheres uma série de mobilizações aconteceram em todo Estado

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
Defender a democracia e os direitos e combater a reforma da previdência são as pautas prioritárias dos atos deste ano.
Defender a democracia e os direitos e combater a reforma da previdência são as pautas prioritárias dos atos deste ano. - Carolina Guimarães

Como acontece em todo 8 de março, as mulheres se organizaram para marcar a principal data da luta feminista por direitos, contra o machismo, o feminicídio e todas as formas de opressão e violência estrutural.

Na Bahia, elas promoveram atos em várias cidades, incorporando também às pautas a luta contra a Reforma Trabalhista, o repúdio ao desmonte da Previdência Social e demais medidas neoliberais do governo Temer: “hoje as mulheres estão nas ruas em defesa da democracia e dos direitos, contra a reforma da previdência, pacote das privatizações do governo Temer”, enfatizou Caroline Anice, militante do Levante Popular da Juventude.

“É um dia em que as mulheres da classe trabalhadora, negras, LGBTs, dos bairros, das comunidades, estudantes, jovens estão nas ruas construindo um projeto de sociedade que seja de fato transformador e que defenda nossas vidas e nossos corpos”, completou.

Em Salvador, a Marcha das Mulheres teve sua concentração na Praça da Piedade e seguiu pelo Campo da Pólvora em direção ao Dique do Tororó, reunindo representações de sindicatos, movimentos e organizações sociais e também todas as mulheres reconheceram a importância de fortalecer o ato: “não pertenço a nenhum movimento, mas tenho sororidade com as minhas irmãs”, disse a estudante de pedagogia Caroline Sorriso, que levou ainda a filha pequena para a Marcha: “eu acho que hoje nós somos espelhos. Eu mesma trouxe minha filha de três anos e acho que a gente precisa ter comunhão uma com a outra, ser exemplo uma para com a outra, para agente alcançar aquilo que é nosso por direito”, afirmou.

Para a assistente social Cíntia Cardoso, a Marcha é também um espaço de formação. Supervisora de campo no programa Corra para o Abraço, que assiste pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social e usuárias de substâncias psicoativas, ela explica que uma das vertentes trabalhadas dentro do programa é justamente a formação política e cidadã: “a redução de danos não pode ser só em relação à saúde física; o racismo, o machismo, o preconceito de classe e tudo mais tudo mais são marcadores sociais muito ferrenhos na vida dessas pessoas”, disse 

Esse ano, o tema da Marcha foi "Mulheres, resistir e transformar", em diálogo com o Fórum Social Mundial, que acontece na cidade entre os dias 13 e 17 de março. Dentro da programação do Fórum, inclusive, está prevista a Assembleia Mundial das Mulheres, que terá agenda exclusiva na manhã do dia 16.

“O grande início para a gente é o 8 de março, com a mobilização; no dia 16 faremos essa Assembleia com grande representação. Esse é um momento muito especial onde as mulheres ocuparão pela primeira vez um momento exclusivo do Fórum”, explicou Fátima Fróes, da Rede Mulher e Mídia e uma das organizadoras do evento.  

Interior do Estado

Além de Salvador, aconteceram atos em outras cidades do interior do Estado. Em Feira de Santana, a aproximadamente 100km da capital, cerca de 600 mulheres foram às ruas para lutar pela democracia e pelos direitos. Em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, mulheres do campo e da cidade, de movimentos e organizações populares também saíram em Marcha por democracia, igualdade de gênero e contra o prefeito Herzem Gusmão (PMDB), que apoia o pacote de reformas e privatizações do governo Temer. Houve ato ainda em Itabuna, região sul, convocado pela Frente Brasil Popular. 

Edição: Elen Carvalho