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Opinião | Entenda o corte de verbas na UEPG de 2017 para 2018

O governo estadual atua para a ‘precarização’ do trabalho e o desmonte da Universidade

Brasil de Fato | Ponta Grossa (PR) |
É importante que a atual administração assegure transparência na informação, mas é preciso defender a Universidade Pública
É importante que a atual administração assegure transparência na informação, mas é preciso defender a Universidade Pública - Divulgação/AEN

O que chama atenção nos dados da recente prestação de contas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)? Mais do que um documento formal, atente-se aos valores e compare o ano de 2017 com 2018. O que se destaca e, pois, deve(ria) ser notícia, no olhar do jornalismo contemporâneo?

Pelos dados divulgados, o orçamento executado na UEPG em 2017 foi de R$ 277,2 milhões. Deste valor, o Estado repassou R$ 251,3 milhões. O restante (25 milhões) é de recursos próprios e convênios.

Para 2018, de acordo com lei orçamentária aprovada, a UEPG prevê um orçamento estimado de R$ 291,8 milhões. Ah, então, aumentou? O que cresce é a projeção de recursos próprios e convênios (= R$ 50,7 milhões).

O repasse pelo Estado cai para R$ 241,0 milhões. E onde isso afeta pontualmente? Na folha de pagamento (pagamento de pessoal e encargos sociais), que ‘cai’ de R$ 241,8 milhões em 2017 para R$ 231,4 milhões em 2018. Ao que tudo indica, a UEPG deve ter mais trabalhadores em condições precárias atuando no serviço público do Paraná ou, 'apenas', um número menor de servidores. Alguma outra hipótese ou explicação?

Como se vê, não precisa ‘desenho’ para confirmar que a prioridade do grupo político que controla o dinheiro público do Paraná é atacar a educação para investir em outras ‘frentes’. O mesmo acontece com a saúde, mas isso vale outra reflexão!

Simples, como a soma de 2+2, o Governo do Paraná (Richa/Aparecida – PSDB, PP e demais aliados) está destruindo as Universidades pelo corte de verbas, sem meias palavras. E em que isso impacta? Já não se trata apenas de ‘congelar’ salário dos mais de 200 mil servidores públicos estaduais em 2018, saquear o fundo do PR Previdência e ‘desviar’ dinheiro da construção de escolas – como apontam denúncias públicas, envolvendo integrantes ‘governistas’, desde 2014 em diante, de acordo com o MP – mas de reduzir valores da folha de pagamento em relação a 2017.

É a ‘precarização’ do trabalho e o desmonte da Universidade, na prática! Pense, durma e acorde com esta situação. Mas ajude informar a população que o (des)governo Richa/Aparecida – do psdb, pp, psb, dem e afins – está ‘matando’ as universidades estaduais do Paraná.

Igualmente triste e preocupante é que a UEPG parece silenciar, mesmo contando com uma suposta ‘vantagem’ de ter no governo um secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) ao longo dos últimos 3 anos e meio.

Os dados estão disponíveis no site da UEPG. Importante que a atual administração assegure transparência na informação, mas é preciso defender a Universidade Pública!

E isso antes que seja tarde! #29deabrilnuncamais! #EmDefesadaUEPG!

*Sérgio Gadini é jornalista e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) - contato: [email protected]

Edição: Ednubia Ghisi