Paraná

Greve no Paraná

No Paraná, professora expõe holerite: “R$ 1470, 38 é o que eu ganho”

Ela participa de greve dos servidores públicos, denunciando nas redes sociais congelamento e más condições de trabalho

Curitiba |
Trinta categorias estão em greve no Estado, entre elas os professores
Trinta categorias estão em greve no Estado, entre elas os professores - Divulgação APP-Sindicato

O governador Ratinho Junior (PSD) segue sem negociar com servidores públicos e professores estaduais, em greve que alcança o terceiro dia, mobilizando 30 categorias de servidores.
A pauta unificada dos servidores paranaenses é reajuste salarial de 4,94%, referente à inflação dos últimos 12 meses, além das perdas acumuladas de 17% devido a quatro anos de congelamento, desde o governo de Beto Richa (PSDB). Esse item soma-se à defesa da previdência, concurso público, entre outros.
Nas redes sociais, esses trabalhadores manifestam sua indignação com a precarização do serviço público por parte do governo estadual.
Num dos posts de mais impacto no Facebook, uma professora estadual, Lorena Fernanda, expõe o seu holerite, para não deixar dúvidas sobre a situação econômica dos professores estaduais: “R$ 1470, 38 é o que eu ganho pra ser professora concursada do Estado do Paraná. 42 meses de salário congelado!”, escreveu.
No post seguinte, Lorena fala do amor pela profissão e que os professores não merecem lamentos pela situação precária em que se encontram. Na verdade, o maior desrespeito encontra-se na atitude do governo, segundo ela: “Meus alunos são incríveis, quem me maltrata é o governo”, lamenta a educadora. Que finaliza: “Na minha atual escola tem um computador disponível para todos os professores, nenhum para os alunos. Meu salário tá congelado há 4 anos. Incentivo pra estudar? Esqueça. Possibilidade de desenvolver projeto? Só se for serviço voluntário. Adoeceu? É penalizado e perde aula. Os ataques à educação pública têm vindo em forma de arrastão. Nós estamos ficando doentes e a culpa é do Estado”, afirma.
Na próxima segunda-feira (1º) servidores prometem ocupar o centro de Curitiba em ato unificado das categorias. “Infelizmente o governador tenta colocar a sociedade contra os servidores, dizendo que para repor os salários seria necessário aumento de impostos. Isso não é verdade e nós já provamos que o estado tem condições. O próprio governador sabe que é possível. Ele fez campanha eleitoral prometendo pagar a data-base”, destacou o presidente da APP-Sindicato (professores estaduais), professor Hermes Leão.
 

Edição: Frédi Vasconcelos