Paraná

Ameaça

Liderança LGBT de Apucarana (PR) tem casa invadida e facas deixadas na cama

Caso foi encaminhado para Ministério Público do Paraná e Defensoria Pública

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Renata é uma das lideranças do movimento LGBTI de Apucarana, é transexual e estudante de Engenharia Têxtil na UTFPR
Renata é uma das lideranças do movimento LGBTI de Apucarana, é transexual e estudante de Engenharia Têxtil na UTFPR - Arquivo pessoal

Renata Borges estava voltando de uma palestra, que realizou em Curitiba, para sua casa, na cidade de Apucarana, norte do Paraná, na última quinta feira (16), quando foi avisada por vizinhos sobre o crime. Sua casa havia sido invadida e duas facas foram deixadas em cima da sua cama. Renata é uma das lideranças do movimento LGBTI de Apucarana, é transexual e estudante de Engenharia Têxtil na Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR). O caso foi encaminhado para o Ministério Público e a Defensoria Pública. 

Foto: arquivo pessoal

A ativista, com mais de 15 anos de militância social em defesa das travestis e transexuais do Paraná, em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, associa o crime às constantes ameaças e ataques que vem recebendo de grupos conservadores da região. “Sou constantemente atacada em redes sociais e agora esta violência parece ter saído das redes sociais. Coincidentemente, quando coloquei meu nome à disposição do Partido (PT) para ser candidata”. Para Renata, que é também organizadora da Parada LGBT na cidade em que mora, ataques como esse são reflexo da deslegitimação dos corpos trans. “Eu, ao organizar a Parada, gero incômodo, estamos fazendo vários outros movimentos. A minha grande discussão é que no interior não existe esse ninguém solta a mão de ninguém, estou há bastante tempo com a mão solta”, afirma. 

“Meu sentimento primeiro foi de impotência. Me senti violada. Nós, trans, sabemos o que representam lâminas para nossos corpos. Ver minha casa toda revirada foi impactante”, disse. Renata, com o ajuda de grupos militantes da causa, foi para Curitiba, onde obteve apoio para encaminhar a denúncia ao Ministério Público do Paraná e à Defensoria Pública. Em nota para a imprensa, o escritório de advocacia Daniel da Costa Gaspar, que está atendendo o caso, destaca que o caso “é um ataque político e transfóbico contra uma cidadã, com reconhecido trabalho em defesa dos direitos das minorias sexuais.”

 

 

 

Edição: Lia Bianchini