Paraná

Luta pela terra

Bispo, padres e pastores farão ato de solidariedade em área ameaçada de despejo no PR

Ação ocorre nesta quinta-feira (24) pela manhã, na própria comunidade ameaçada, em Alvorada do Sul, norte do estado

Curitiba (PR) |
A ação é uma demonstração de solidariedade e apoio às mais de 50 famílias moradoras da área, que estão sob ameaça de despejo
A ação é uma demonstração de solidariedade e apoio às mais de 50 famílias moradoras da área, que estão sob ameaça de despejo - Divulgação

Lideranças religiosas farão um ato inter-religioso na manhã desta quinta-feira (24), na comunidade rural Ester Fernandes, localizada em Alvorada do Sul, norte do Paraná. A ação é uma demonstração de solidariedade e apoio às mais de 50 famílias moradoras da área, que estão sob ameaça de despejo

Está confirmada a presença de Dom Manoel João Francisco, bispo de Cornélio Procópio, sete padres da Diocese de Londrina, um padre de Maringá, cinco pastores da Assembleia de Deus e Congregação Cristã. Prefeitos e vereadores da região também confirmaram participação na atividade.

A ameaça da reintegração de posse se intensificou nesta segunda-feira (21), quando cerca de 10 viaturas da Polícia Militar do 15º Batalhão e ônibus do próprio grupo Atalla foram até a entrada da comunidade. No entanto, a chuva forte que atingiu a região dificultou a execução.

As famílias permanecem na comunidade para resistir ao despejo. Ao todo, 150 pessoas vivem no local, entre crianças, jovens, adultos e idosos. Nesta terça e quarta-feira, as famílias viveram momentos de tensão, com sobrevoos de avião de pequeno porte, pertencente ao grupo Atalla, e de um helicóptero da Polícia Militar, por cerca de meia hora.

A área, de 692 hectares, é chamada fazenda Palheta e pertence ao grupo Atalla, proprietário da Usina Central do Paraná. A fazenda foi classificada pelo Incra como grande latifúndio improdutivo, em 2008, e ocupada pelos agricultores e agricultoras sem terra em janeiro de 2009. A área faz parte de 10,6 mil hectares declarados improdutivos pelo Incra em sete imóveis do grupo, localizados em Centenário do Sul, Florestópolis, Porecatu, Jaguapitã, Guaraci, Miraselva e Alvorada do Sul.

Além da improdutividade das terras, o grupo Atalla deve cerca de R$ 650,2 milhões para a União e foi flagrado com trabalhadores em situação análoga à escravidão, a partir de investigação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal.

O município de Alvorada do Sul integra a Região Metropolitana de Londrina, norte do Paraná. Os acampados fazem parte da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). 

 

Edição: Lia Bianchini