Minas Gerais

Cultura

Semana de hip hop começa nesta terça (12) em BH

A programação, que dura sete dias, conta com batalhas, oficinas, shows, filme, grafite e homenagem de honra ao mérito

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

Ouça o áudio:

Hip Hop surgiu na capital entre 1960 e 1970, em meio à efervescência dos bailes black
Hip Hop surgiu na capital entre 1960 e 1970, em meio à efervescência dos bailes black - Foto: Mídia Ninja

A 5ª edição da Semana do Hip Hop BH é inaugurada nesta terça (12), em Belo Horizonte (MG), com uma programação intensa, que vai até o dia 18, de batalhas, filmes, grafite, shows e oficinas. Na noite de hoje (12), em sessão solene na Câmara Municipal, artistas de diversas linguagens do hip hop serão homenageados com um título de Honra ao Mérito.

“É um marco. Tem gente fazendo hip hop há 40 anos e esse reconhecimento do legislativo demonstra que o que a gente está construindo está certo e, mais do que nunca, coroa uma história. Acredito que gerações futuras vão se orgulhar, olhar para trás e falar 'o hip hop' e uma política reconhecida. E que a gente também possa se orgulhar e cada vez mais levar o hip hop para as escolas e para os espaços públicos”, avalia Fred Negro F., grafiteiro, designer social e um dos organizadores da Semana.

Segundo o vereador Arnaldo Godoy (PT), a premiação é uma iniciativa para mostrar a força da cultura brasileira e reforçar que o hip hop é uma expressão cultural fundamental da capital mineira. “O hip hop tem o poder de resistência, assim como o samba. Além da expressão cultural, faz a reflexão política do país. É uma denúncia contundente da situação da exclusão, do machismo, do racismo e ao, mesmo tempo, é um agregador pela cultura, pela linguagem artística”, afirma.

Hip hop em BH

Nos anos 1960 e 1970, o hip hop surge na capital em meio à efervescência dos bailes black. Com o passar dos anos, o movimento vai se construindo, se ramificando na cidade e se fortalecendo como militância, a partir de ações locais, nas periferias, junto com as associações comunitárias. Fred, que também é presidente do Fórum Municipal de Hip Hop, explica que o hip hop é intrinsecamente de luta e que está relacionado à ocupação da cidade, além de ser um espaço de pensar política pública.

“Sabemos a importância das políticas públicas de modo geral, mas a gente do hip hop também precisa pensar orçamento que ajude na formação do hip hop, na garantia de direitos, e também em formas e estratégias de sustentabilidade das ações que a gente já vem fazendo”, aponta. O Fórum Municipal de Hip Hop, por exemplo, é um espaço de participação popular, em que agentes culturais se articulam e buscam fortalecer atividades que já acontecem, como batalhas, rodas de break, encontros de DJs e mutirões de grafite.

Em todas as regionais

De norte a sul, de leste a oeste, em todas as regionais de BH existem atividades de hip hop. E a programação da Semana acontece no Centro, na pista de skate do Barreiro, no Taquaril, em Venda Nova e em Centros Culturais. Para acompanhar na íntegra, clique aqui. As atividades são gratuitas.

Edição: Elis Almeida