Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Professores da rede privada do RS condenam retomada das atividades escolares

Moção desaprova manifestações pelo retorno das aulas no auge da pandemia no estado e critica medidas do governo federal

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Documento aprovado pelos professores avalia a conjuntura nacional como um descaso com a saúde e a educação dos brasileiros - Agência Brasil

Os professores da educação básica e da educação superior do ensino privado gaúcho aprovaram uma moção pública sobre a conjuntura nacional, destacando sua contrariedade ao retorno às atividades escolares durante o pico da pandemia de coronavírus. O documento foi aprovado nas assembleias do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), realizadas de forma virtual entre os dias 28 e 29 de julho.

Na moção, os professores evidenciam inconformidade com a falta de política pública do governo federal na defesa da saúde dos brasileiros, principalmente no que se refere à pandemia. Também criticam a falta de um projeto efetivo para a Educação do país, expressa nas constantes trocas de ministro da Educação e nos cortes orçamentários da pasta. “O fato é que o descaso com a saúde dos brasileiros soma-se ao descaso com a educação, expresso na interinidade e na rotatividade dos titulares dos respectivos ministérios. Para a educação, a política do governo federal restringe-se a menos recursos e mais ideologia”, diz o texto.

As assembleias da educação básica e da educação superior destacam ainda “estranheza e contrariedade às insistentes manifestações pela retomada das atividades letivas presenciais nas escolas e instituições de educação superior, por parte de autoridades públicas, lideranças políticas e empresariais e, especialmente, de dirigentes de entidades associativas do ensino privado, em pleno auge de pandemia de coronavírus em nosso estado”.

Para os professores, o retorno às aulas no atual momento representa uma temeridade e põe em risco a saúde de todos os integrantes da comunidade educativa. “Consideram os docentes que o retorno à normalidade letiva em hipótese alguma deve ocorrer na circunstância de crescimento no número de infectados e de óbitos, devendo ser definido em fase de descenso da pandemia e em condições de segurança para estudantes, funcionários e professores”.

Edição: Marcelo Ferreira