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Programa Bem Viver: "Além de vacina, precisamos de isolamento para conter covid-19"

Uso de máscara e isolamento social é tão importante quando vacina para reduzir contágio, diz médica

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'Mesmo com a vacinação, a taxa de transmissão pode se manter alta' - Créditos da foto: Arquivo Hospital das Clínicas
Conter a pandemia não é uma atribuição apenas da vacina

Apenas a vacinação não será suficiente para reduzir as altas taxas de contágio por Covid-19 no Brasil. Tão importante quando ela, neste momento, é manter políticas de isolamento social e de uso correto das máscaras de proteção, segundo médica entrevistada na edição de hoje (21) do Programa Bem Viver.

No último sábado, o Brasil atingiu a marca de 500 mil mortes por Covid-19, com constantes aumento no número de infectados e de casos fatais. Na semana passada, o país alcançou a segunda pior média móvel de mortes por dia desde maio, com ao menos 2 mil óbitos diários. A média móvel indica a tendência do número de mortes e de novos casos nos últimos sete dias.

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“É como se a resposta para o controle da pandemia fosse apenas pelas vacinas. Já temos comprovações que isso não é real. Mesmo com a vacinação, a taxa de transmissão se mantém alta”, disse a médica de família e comunidade, Nathalia Neiva dos Santos, da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares. “Conter a pandemia não é uma atribuição apenas da vacina”.

Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo aponta que 90% das UTIs estão ocupadas em 10 capitais e no Distrito Federal. O Paraná tem a maior fila de espera, com mais de 500 pacientes aguardando vagas na UTI.

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“Precisamos combinar a imunização com medidas não farmacológicas. É preciso distribuir e incentivar o uso de máscara, realizar propagandas para orientar pessoas sobre seu uso correto e, se possível, adotar medidas de contenção e de lockdown”, diz Nathalia.

Forno solar

O sol quente do sertão nordestino pode ser um aliado na hora de preparar alimentos. Isso porque a Associação Caatinga desenvolveu forno solar que permite cozinhar sem gastar lenha, carvão ou gás, mas apenas a luz do sol.

O equipamento tem o formato de uma caixa. A parte de fora é feita de fibra de vidro e isopor, que funcionam como isolantes térmicos. O sol bate na placa refletora e é direcionado para uma caixa de madeira revestida de alumínio, onde há também uma bandeja preta para difundir o calor, permitindo que o forno solar atinja a temperatura de 150 graus.

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O modelo se destaca de outros pelos materiais utilizados, que são mais resistentes, duráveis e eficientes, segundo Gilson Miranda, coordenador de conservação da associação.

“Tivemos um pouco de resistência porque as pessoas têm o imaginário que se alguma coisa for aquecida pelo sol, estraga. E realmente no sol, em temperatura ambiente, qualquer alimento estraga. Porém, dentro do forno solar, a 150 graus, você consegue cozinhar qualquer alimento”, diz.

Ataques contra indígenas

Na semana passada, mais uma comunidade indígena foi atacada por garimpeiros ilegais em Roraima: a de Korekorema, localizada na região do Palimiu, Terra Indígena Yanomami, onde outras duas comunidades já haviam sido alvo de balas e bombas de gás lacrimogêneo.

Korekorema é a terceira comunidade atacada em menos de dois meses. Já são ao menos 10 atentados a balas contra indígenas. O clima de ameaças persegue os Yanomami desde 27 de abril, quando membros da comunidade do Palimiu interceptaram uma carga de quase mil litros de combustível para aeronaves do garimpo.

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Desde então, os invasores perseguem, ameaçam e atacam os povos originários da região, que já enviaram nove pedidos de socorro às autoridades. Duas crianças, de um e cinco anos, morreram afogadas ao cair no rio Uriracoera enquanto fugiam dos tiros de um ataque à comunidade do Palimiu, em 11 de maio deste ano.

Após este episódio, um cachorro foi morto com um tiro pelos garimpeiros ilegais como forma de ameaça. Para piorar, os casos de Covid-19 têm aumentado entre os Yanomami, propagados pelos garimpeiros.

“Nós, povos da floresta, sempre protegemos a Mão Terra, porque é nossa terra, a gente vive lá”, disse a liderança indígena Davi Kopenawa, ao BdF Entrevista, participação repercutida no Programa Bem Viver. “A gente não tem o poder e as armas para prender ou expulsar esses invasores, mas temos poder de defender nossa terra. Estamos falando com autoridades, usando a inteligência e cobrando governo, que tem a obrigação de proteger os povos indígenas do Brasil.”

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal determinou que o governo federal garanta a segurança e saúde nos territórios indígenas Yanomamis e Munduruku.

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Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Sarah Fernandes