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A misoginia eleita no Brasil

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Justiça por Mari Ferrer, em Londrina - 09/11/2020 - Ana Keil
é atual o debate sobre o ódio e o controle sobre os corpos das mulheres

Misoginia é o ódio, desprezo ou aversão por mulheres. É um sentimento, e sobretudo um comportamento da sociedade patriarcal, ou seja, uma sociedade construída para servir aos interesses masculinos.Embora seja um conceito pouco usado, é uma prática adotada historicamente no mundo todo até hoje.

Na última semana, Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei, deputado estadual de São Paulo, gravou um áudio em um grupo privado de amigos se referindo às mulheres vítimas da guerra na Ucrânia como "fáceis porque são pobres", no entanto, o político já tem um histórico de intimidação com mulheres estudantes no Paraná, e ainda continua sendo eleito.

João Dória, nas eleições de 2018, teve vídeos vazados em meio a uma orgia com várias mulheres, sendo um homem casado que presa por uma agenda política conservadora. O candidato foi eleito no mesmo ano.

Em 2014, quando deputado, Bolsonaro disse que só não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia. Em 2018 foi eleito presidente do país.

Essa sucessão histórica de comportamentos masculinos, seguidos de candidaturas efetivadas, expressam o quanto é atual o debate sobre o ódio e o controle sobre os corpos das mulheres. Esta realidade além de ser uma constatação é um chamado para todos e todas que ousam lutar pelo país da liberdade verdadeira, em que homens e mulheres, negros/as e brancos/as tenham direitos plenos e iguais, e a melhor forma de efetivar isso é através do voto consciente e das lutas nas ruas.

Edição: Lucas Botelho