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A chegada da primavera e o fim do inverno obscurantista

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"No momento, no Brasil, o que está em jogo é a possibilidade de sonhar novamente" - Crédito: Mídia Ninja
Espero, ansioso, pela retomada de um projeto de Brasil sem fome, com mais oportunidades

Em 2018, horas antes de ser preso injustamente, o ex-presidente Lula tentava acalmar um público gigantesco e desolado presente em São Bernardo do Campo, em São Paulo, lugar que marcou seus anos de luta sindical quando era metalúrgico. Sob inspiração do poeta chileno Pablo Neruda, Lula disse, emocionado, que “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera”.

Desde então, temos aguardado a chegada da primavera. Já são mais de quatro anos presos em uma realidade dura, seca e sem vida. A ansiedade para terminar esse ciclo tenebroso em que nos encontramos, uma espécie de inverno obscurantista, aumenta na medida em que nos aproximamos do dia das eleições.

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A despeito de tudo que veio depois, as primaveras marcaram importantes movimentos revolucionários, como em 2011 (Primavera Árabe) e em 2019 (Primavera Chilena). É certo que os efeitos de tais levantes são temas de amplos debates acerca de seu real efeito. Isso porque continuamos numa luta ferrenha contra o autoritarismo e/ou ultraliberalismo que insiste em nos rondar. Por vezes, perdemos. Mas os levantes populares simbolizam, acima de tudo, uma tentativa de ruptura.

No momento, no Brasil, o que está em jogo é a possibilidade de sonhar novamente. Nossa primavera chegou e temos a oportunidade de eleger um representante capaz de dialogar com os vários setores da sociedade e de nos devolver a dignidade necessária para viver e lutar por muito mais. Afinal, esfomeados e enlutados, após as constantes tragédias vivenciadas nesse quadriênio, uma grande parcela dos brasileiros está desmotivada. Primavera é momento de renovação e, sem dúvidas, é o que mais precisamos neste momento.

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Espero, ansioso, pela retomada de um projeto de Brasil sem fome, com mais oportunidades e, principalmente, por um governo sob princípios rigorosamente democráticos. Não há espaço para dúvidas, temos um compromisso com este país e precisamos cumpri-lo: eliminar todas as possibilidades de um segundo desgoverno como o que vivemos nos últimos quatro anos. A ruptura com a barbárie precisa acontecer agora. Vamos decidir nosso futuro no primeiro turno.

Pedro Patrus é vereador pelo PT em Belo Horizonte.

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

Edição: Larissa Costa