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Crônica | A nossa língua portuguesa

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Crédito - Ana Mello / Museu da Língua Portuguesa
Minha cara leitora. Meu caro leitor...

Minha cara leitora. Meu caro leitor. Escrevo minha última crônica do ano. Será uma confissão de um humilde escritor proletário das quebradas. Eu não sou professor de português. Sou só curioso da nossa língua. 
Sou só um correria, mesmo. Vou à Bahia, à Itália, a Curitiba, a Sergipe. Dá vontade colocar acento grave em tudo, ou seja, fazer a crase em todas elas, né? 
Confesso que tenho muitas dificuldades na hora da escrita. 
Por isso, estudo um pouquinho todos os dias. Tenho muitas dúvidas na hora da escrita, sim! Porque falo de um jeito e escrevo de outro. 
Mais de um corredor abandonou a corrida. Não dá vontade escrever abandonaram? São tantas regras e exceções que me perco no meio delas. 
Também tento socializar o conhecimento com as pessoas nas redes sociais. 
O consumo das famílias brasileiras diminuiu. Não dá vontade escrever diminuíram? 
Sei que o importante é me comunicar. Sei também que a língua é dinâmica e suas mudanças são perenes.
Penso que as pessoas têm o direito de ter acesso ao conhecimento e às regras vigentes da nossa língua e, a partir daí, fazer o que quiserem. 
Amar e sentir saudades faz parte da vida. Não dá vontade escrever fazem? 
Quero deixar claro uma coisa: as pessoas falam e escrevem como querem e como podem. São livres. Minha tarefa é tentar construir um tipo de ponte para o acesso à norma padrão. Você decide o que fazer. 
Quero agradecer de coração a cada um e a cada uma que acompanha minha singela escrita. Beijo no coração de vocês! 
Tu e ele ficastes calados. Quem vai falar isso no cotidiano?

Rubinho Giaquinto é covereador pela Coletiva em Belo Horizonte.

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

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Edição: Elis Almeida