Rio Grande do Sul

Coluna

Lula, decisão e coragem

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Lula durante visita à Terra Indígena Yanomami, em Roraima - Ricardo Stuckert/PR
A visita de Lula ao povo yanomami foi necessária, urgente, um alento na alma e no espírito

As fotos e imagens são de doer o coração. Um povo abandonado como se gente não fosse. As crianças yanomamis morrendo de fome, malária e abandono, os adultos em carne seca. Que dor na alma! Como pode alguém, sabendo de tudo isso, nada fazer, um governo federal omisso, mentiroso, genocida!!!???

A visita de Lula ao povo yanomami foi necessária, urgente, um alento na alma e no espírito de todas e todos que ainda mantêm viva a humanidade e o amor a todas as irmãs e todos os irmãos, de todas as etnias, de todas as raças, de todas as origens. Os povos indígenas, como disse Lula, são de fato, antes que as brasileiras e brasileiros, os habitantes do Brasil. O cuidado com eles deve ser sempre especial, até porque, entre outras muitas razões e motivos, em tempos de mudanças climáticas e ameaças à natureza, são eles que cuidam, mais que ninguém, da Amazônia, do meio ambiente. E lembram todos os dias que é preciso reviver e construir, coletiva e solidariamente, a sociedade do Bem Viver.

Nos tempos atuais, não há espaço para vacilação. 

A mudança do Comandante do Exército, feita pelo presidente Lula, era mais que urgente e necessária. As Forças Armadas, assim reza a Constituição Cidadã, têm papel de cuidar da soberania nacional e das fronteiras. Não são os `pais da pátria´, muito menos estão acima dos Poderes da República. Quem deve garantir a democracia é o povo, é a sociedade brasileira. Os comandantes das Forças Armadas e todo aparato militar estão submetidos ao Presidente da República e a ele devem obediência. Nada de golpes, portanto, muito menos ditaduras.

É fundamental decisão firme, como Lula teve em diferentes momentos nas primeiras semanas do seu governo. Não dá para esperar. A vitória popular que lhe deu o terceiro mandato concedeu-lhe o poder e a garantia de ser o governante maior, em harmonia com os outros Poderes, e no diálogo permanente com a sociedade.

É preciso coragem. Lula mostrou a coragem de um operário que enfrentou os patrões, chegando a ser preso nos anos 1970, na defesa de direitos, de melhores salários dos metalúrgicos do ABC, de mais justiça e igualdade, em plena ditadura militar, num país onde, historicamente, meia dúzia enriquecem e a grande maioria do povo passa necessidade, vive mal e até passa fome.

Lula teve coragem quando, com o Fome Zero e todas as políticas de segurança alimentar e nutricional, anunciou a missão de sua vida: todas as brasileiras e todos os brasileiros com a garantia do café da manhã, do almoço e da janta. O Brasil, pela primeira vez, segundo a FAO, organismo da ONU, saiu do Mapa da Fome.

Lula teve coragem agora, 2023, quando revogou dezenas de Decretos e recriou, entre outras mil coisas, o Consea, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, e a CNAPO, Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, dando ao povo organizado vez e voz.

Lula teve coragem quando recompôs a CELAC, Cúpula dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, e está conversando, e sendo respeitado, com todos os líderes mundiais.

Um tempo novo e o Brasil estão em construção e reconstrução. O FSM POA, Fórum Social Mundial, e seus debates esta semana em Porto Alegre estão trazendo o ESPERANÇAR de Paulo Freire ao cotidiano de quem sonha com a utopia de um Brasil justo, fraterno, igual. Os sentimentos que animam as-os milhares de militantes, lutadoras e lutadores que estão em Porto Alegre são de mudança.  A esperança está de novo no ar, com decisão e coragem, com fé na vida, com fé no futuro.

Que assim seja, que assim continue, de baixo para cima, com muita luta e mobilização social nos próximos anos. A decisão e a coragem estarão animados por Lula, cada dia e todos os dias, no coração de cada militante, de cada lutadora e lutador, de cada sonhadora e sonhador.

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko