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43 anos do PT: a participação política da classe trabalhadora foi e é um princípio inegociável

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Ao longo desses anos, conquistas históricas foram alcançadas por meio da luta do PT junto às suas bases - Ricardo Stuckert
É um alívio saber que temos a chance de construir novas possibilidades de combate às desigualdades

Nos conturbados anos 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) surgiu em um cenário de grandes mobilizações populares que lutavam por um reordenamento social e político. Era a década do PIB estagnado, da inflação nas alturas, da dívida externa, da concentração de renda, em contraste com o desemprego e a pobreza crescentes. Além de uma falida ditadura militar que, em seus últimos suspiros, ainda sonhava em eliminar qualquer possibilidade de democracia.

É preciso sublinhar, que, naquela época, não havia espaço para os trabalhadores e trabalhadoras no parlamento, sendo que a única oposição ao regime era o MDB. Com a possibilidade de fundação de novos partidos, opositores à gestão militar e interessados na construção de um parlamento capaz de representar interesses dos trabalhadores resolveram se organizar conjuntamente. No ano de 1982, o PT foi fundado por lideranças de diferentes setores da sociedade, como sindicalistas, intelectuais, estudantes, artistas e religiosos progressistas.

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Nas Diretas Já!, entre 1983 e 1984, o papel do PT foi fundamental para mobilizar a classe trabalhadora na derrubada das eleições presidenciais indiretas e na consolidação da democracia. Aliás, o compromisso do partido com os valores democráticos sempre foi levado a sério por seus representantes e foi crucial no enfrentamento aos novos fascismos que surgiram nos últimos anos em nosso país.

Muitas conquistas

Ao longo desses anos, conquistas históricas foram alcançadas por meio da luta do partido junto às suas bases. Fato é que o PT protagonizou os maiores avanços em nosso país. Na saúde, fortaleceu o SUS, criou a Farmácia Popular, construiu novas UPAs, implementou o Mais Médicos e manteve com rigor os cronogramas de vacina. Na educação, criou 18 universidades e 178 campi federais, além do Prouni, Pronatec e o Sisu, o que possibilitou que milhões de jovens pobres tivessem acesso a faculdades públicas e privadas.

As políticas públicas de transferência de renda implementadas nos governos Lula foram um avanço econômico e também humanitário, na medida em que garantiram uma economia mais estável, justa e abrangente. Mais importante ainda, garantiram o combate à fome e à miséria. O programa de transferência de renda Bolsa Família, uma das ações do Fome Zero, demonstrou a potência dos programas sociais voltados à população de baixa renda.

Na medida em que uma porção de renda foi distribuída entre os mais pobres, o dinheiro retornou aos cofres públicos em forma de arrecadação, movimento que garantiu também o aumento da oferta de empregos, o fortalecimento das economias locais e o desenvolvimento das comunidades. Tudo isso ocorreu concomitantemente à política de valorização do salário mínimo, continuada pelo governo Dilma que estabeleceu, por lei, que o piso nacional acompanhasse o crescimento do PIB.

É preciso reconhecer a importância política, econômica e social do maior partido de esquerda da América Latina. Celebrar a volta de Lula – que tem sua própria história forjada na história do PT – trata-se de reconhecer a necessidade de retomada de pautas sociais importantes em um país profundamente desigual. É um alívio saber que temos, novamente, a chance de reconstruir as políticas sociais que foram desmanteladas pelos dois últimos governos, bem como construir novas possibilidades de combate às desigualdades sociais.  

Parabéns ao Partido dos Trabalhadores e a todas e todos que participaram e participam de sua história.

 

Pedro Patrus é vereador pelo PT em Belo Horizonte.

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

 

 

Edição: Larissa Costa