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“Medo coletivo é recompensa para grupos radicais”, afirma psicóloga sobre violência em escolas

Fernanda Rassi, integrante do governo de transição, orienta pais e responsáveis sobre como ter diálogo com crianças

Ouça o áudio:

Ato contra violência e armas nas escolas é feito em São Paulo - Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Os recentes ataques a escolas pelo país têm feito famílias se questionarem como agir diante das ameaças que surgem, principalmente, pela internet. Na maioria dos casos, se tratam de meros boatos, o que, na opinião da psicóloga Fernanda Rassi, geram uma sensação de “medo coletivo”, que é justamente o que os grupos extremistas buscam.

Integrante do governo de transição na área da Educação, a especialista argumenta que a sociedade precisa estar atenta e não aceitar qualquer intimidação que chega pelo celular.

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“Uma das primeiras coisas que a gente precisa pensar é que o medo é a ferramenta utilizada por esses grupos. Precisamos responder de outra forma, isso porque o medo coletivo dá como recompensa o que esses grupos mais querem. Afinal, gerar medo é poder”, argumenta Rassi.

A psicóloga é uma das autora do documento O ultraconservadorismo e extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às instituições de ensino e alternativas para a ação governamental. O trabalho produzido sob coordenação do educador Daniel Cara mostra como a extrema direita age para cooptar jovens nas escolas para a radicalização em sua ideologia.

O grupo documentou como a radicalização baseada em doutrinas de extrema direita (nazismo, fascismo italiano e o integralismo brasileiro) é prejudicial para os jovens, a escola e a sociedade. O documento aponta ainda que parlamentares de extrema direita e outros atores colaboram para impedir debates escolares sobre temas como sexualidade e diversidade e também para a crescente redução das disciplinas de humanas nas grades curriculares. 

Caminhos

Como alternativas, Fernanda Rassi propõe dois caminhos. O primeiro é o diálogo dentro da família.

“As crianças e adolescentes precisam entender que escola também é espaço deles. É  um ambiente de construção, de diversão, de brincadeira que tem pessoas preocupadas com elas [crianças], com a segurança delas. É preciso mostrar pras crianças que você não está com medo, é difícil, mas é importante”.

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Rassi pede que pais e responsáveis estimulem o pensamento crítico com as crianças. “A  criança deve questionar, não apenas aceitar.”

O argumento da psicologia está devidamente explicado dentro do próprio relatório produzido pelo grupo de transição. 

A cooptação acontece preferencialmente online, em fóruns, chats de vídeos e de jogos online como Minecraft, Roblox e Fortnite, além de outros espaços de discussão. A linguagem é "anti-sistema", muitas vezes irônica, com termos misóginos e racistas.

"O recrutamento para novos atiradores raramente é feito diretamente para cometer massacres em escolas. Antes disso, os jovens que querem ser aceitos pelo grupo de ódio podem ter que cumprir algumas ordens, como, por exemplo, gravar vídeos caluniando ativistas feministas ou criar páginas e comunidades anônimas para espalhar ódio e fake news", informa o relatório.

Fernanda Rassi acha importante que as crianças sejam acompanhadas pelos país e responsáveis no ambiente virtual. “É preciso saber as senhas. É preciso monitorar os acessos, o que está vendo e para onde está sendo direcionada”

A psicóloga pondera que, quando se trata de um adolescente, isso não é mais possível. “Se você pedir a senha das redes sociais para o adolescente ele vai dar um jeito de passar uma falsa ou qualquer coisa do tipo”

Neste ponto, Rassi reforça que o único caminho é o diálogo. “Precisa ter presença e acolhimento. O jovem vai buscar num primeiro momento os país. Na ausência deles vai ser recebido por esses grupos extremistas na internet, que vão das acolhimento, pertencimento…”


Card Bem Viver / Brasil de Fato

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Edição: Lucas Weber