Ceará

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É difícil, é pesado, mas não é impossível fazer arte independente no Brasil

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Essas palavras são para dizer que quem não foi é uma pena, mas que em breve outras ações do Sindicato estarão acontecendo. - Foto: Rodolfo Santana
Viver de arte no Brasil não é fácil. Só quem escolhe esse caminho sabe.

A terceira edição do Sindicato da Performance acabou já tem uns dias, mas ainda estou aqui ruminando todas as experiências vividas. Primeiro a buniteza que foi ter neste ano o Festival acontecendo no mês de maio, que é o mês que marca internacionalmente a luta da classe trabalhadora, logo, nada mais simbólico para nós trabalhadoras e trabalhadores da cultura de ter esse ajuntamento acontecendo no mês que marca a luta de nossa classe.

Segundo, foi ver o tamanho desse Sindicato: 11 performances presenciais, 5 videoperfromances, uma residência artística, uma oficina, mil jornais O Corpo, uma conversa com a Mestra Zulene Galdino, um happening organizado pela Quebrada Cultural em prol dos 2% do orçamento para cultura de Crato, dois diálogos com a cena local (Queermesse em estado de drag e Batalha do Cristo), uma feira do livro, 5 visitas a espaços da cultura e natureza da região no eixo intercâmbios e tudo isso rolando em três cidades (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha).

Há quem ache que quem faz essas coisas enrica. Talvez seja verdade que algumas pessoas dão o truque e jogam o recursos para uso fruto ao invés de bancar o que foi apresentado no projeto, mas no meu caso, findo fazendo o oposto, tirando do meu cachê para completar necessidades que surgem, pois o meu maior enriquecimento é justamente ver o Sindicato no mundo, chegando nos bairros, conversando com gente que nunca foi a espaços culturais ou que tenham dificuldades para ir, gerar pequenas rupturas do cotidiano que alimentem sonhos de outros mundos possíveis. Vocês não têm ideia do quão potente é a realização, mesmo que parcial, desse desejo de fazer algo importante, transformador.

Essas palavras são para dizer que quem não foi é uma pena, mas que em breve outras ações do Sindicato estarão acontecendo, mas que vale conhecer as, os e es artistas que se sindicalizaram conosco nesses três últimos anos de atuação, que toparam as loucuras e desafios que propomos, que por vezes cederam trabalhos, mesmo a gente não tendo grana para executar o Festival, que chegaram junto. Viver de arte no Brasil não é fácil, mesmo no Ceará, que andou contra a corrente dos seis anos pós golpe e pró-fascistas que vivemos. Só quem escolhe esse caminho sabe.

Essa crônica é na verdade um convite para que vocês, que nos acompanham, possam fortalecer e acompanhar o trabalho dessa galera massa que passou pelo Sindicato de 2021 até agora. Segue a lista:

Quebrada Cultural - @quebradaculturalt
Vita B. da Silva - @________________________vi
Gisele Lua - @cabelinho_ao_vento
Indja - @pedr4silv4
Suzana Carneiro - @carneiro.suzana
Bárbara Matias - @barbaramatiask
Ocupações Artísticas da Cidade - @ocupacoesartisticasoac
Violeta Luna - http://www.violetaluna.com/
Ziel Karapotó - @zielkarapoto
Lucas Galdino - @_lusga
Francisco Inácio - @francisc01nacio
Williana Silva - @anailliw_w
Nau Vegar - @nau_vegar
Tiago Manguebixa - @manguebixa
Maria Macêdo - @_magianegra
Eduardo Bruno - @eduardobf
Waldírio Castro - @waldiriocastro
Eliana Amorim - @elianamorim_art
Batalha do Cristo - @batalha.do.cristo
Queermesse (Casa UCÁ) - @casa.uca
Keila Sankofa - @keilasankofa
Pedra Preciosa Silva - @pedr4silv4
Ilton Rodrigues - @iltonrol
DJ Buzinha - @bugzinha_
Tieta Macau - @tietamacau
Mestra Zulene Galdino - @mestra.zulene.galdino
Abiniel João Nascimento - @abinieljnascimento
Grupo Ninho de Teatro - @gruponinho
Edceu Barbosa - @edceubarboza
Fagner Fernandes - @fagner__fernandes
Elizieldon Dantas - @ciceroelizieldondantasbezer
Lucivânia Lima - @lucivanialimaaa
João Botelho - @movimentodoscacos
Tina Melo - @diasporika
Juma Pariri (Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração) - @carajurupariri
Francesco D’Ávila - @cescodavila
Renna Costa - @costadarenna
Lab. Tukún - @lab_tukun
Renata Felinto - @fenix_negra_purpurinada

*Lívio Pereira é trabalhador da cultura e militante social, escreve para o BdF há mais de um ano.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

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Edição: Francisco Barbosa