Paraná

DIREITOS POPULARES

Ocupação pauta na Comissão de Direitos Humanos da Câmara fim de violência policial

Riscos de despejos forçados e necessidade de moradia também foram pautados na comissão

Curitiba (PR) |
Mais que uma área de ocupação, a Britanite está lançando a campanha afirmando o seu caráter de comunidade - Pedro Carrano

A ocupação Britanite, localizada no Tatuquara, participou hoje (30) de sessão da comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, presidida pela vereadora Giorgia Prates (Mandata Preta - PT).

A área é existente desde dezembro de 2020, envolve 407 famílias que já formaram uma comunidade forte. Os cinco integrantes da comissão puderam fazer perguntas e questionamentos sobre a situação da Britanite.

As famílias afirmam sofrer pressão constante da Polícia Militar, que realiza violência, abordagens irregulares e até invasão dentro de casas, sem mandado judicial.

Ao lado disso, vivem a incerteza, junto a áreas recentes, de risco de despejo forçado.

A Britanite está lançando a campanha afirmando o seu caráter de comunidade, com migrantes, crianças, pequenos comércios e várias atividades comunitárias e sociais. Recentemente, foi lançada a campanha "Britanite quer paz, quer futuro, quer ficar".

"Estamos aqui pedindo socorro e compreensão sobre o que nossos filhos e netos estão vivendo. Somos trabalhadores, a polícia muitas vezes está batendo sem mandado algum", afirmou Rosângela Lima, da coordenação da comunidade.

Já Hemerson Reis, também da coordenação da Britanite, enfatizou a ameaça permanente que as famílias vivem, com o risco de despejo. "Queremos negociar o terreno e queremos uma alternativa", afirmou.


Fim da violência policial e do risco de despejo forçado foram as pautas da comunidade / Pedro Carrano

Como encaminhamento, vereadores apontaram necessidade de mediação com o comando do décimo terceiro Batalhão da Polícia Militar, enviando ofício para a corporação. Ficou apontado também possível visita da comissão para a comunidade.

"Eu como fotojornalista presenciei diversas situações de violência na comunidade. Mas essa violência que eles relatam não permite a gente culpabilizar a comunidade e o bairro como violento. Violência que muitas vezes vem de fora. Não é normal as pessoas terem a casa invadida (pela polícia)", afirma Giorgia Prates.

Edição: Lucas Botelho