O número de óbitos em decorrência do novo coronavírus no Rio Grande do Sul chegou a 360 com a confirmação de mais 10 mortes nas últimas 24 horas no boletim da Secretaria Estadual da Saúde (SES) desta segunda-feira (15). Em sua conta no Twitter, a SES informa que os óbitos são de residentes nos municípios de:

- Alegrete (homem, 66 anos)

- Bento Gonçalves (mulher, 75 anos)

- Caxias do Sul (mulher, 63 anos)

- General Câmara (homem, 74 anos)

- Hulha Negra (mulher, 78 anos)

- Mariana Pimentel (homem,46 anos)

- Nova Petrópolis (homem, 40 anos)

- Porto Alegre (mulher, 67 anos)

- Porto Alegre (homem, 68 anos)

- Tiradentes do Sul (homem, 83 anos)

O boletim aponta que, nas últimas 24 horas, foram notificados 793 novos casos de covid-19 no estado, elevando o número de pacientes infectados desde o início da pandemia para 15.438. Desse total, 12.944 são considerados curados (84%), enquanto 2.127 pacientes ainda seguem com a doença ativa (14%). O novo coronavírus já é registrado em 350 dos 497 município gaúchos.

Pelos dados estaduais, as cinco cidades mais atingidas são Lajeado (1.514 casos confirmados e 21 óbitos), Porto Alegre (1.398 confirmados e 55 óbitos), Passo Fundo (1.195 confirmados e 37 óbitos), Bento Gonçalves (761 confirmados e 24 óbitos) e Garibaldi (437 confirmados e 5 óbitos).

Dos 1.980 leitos de UTI disponíveis no estado (rede pública e privada), 1.403 estão ocupados (taxa de ocupação de 70,9%). Desses, 233 (16,6%) são utilizados por pacientes com covid-19 confirmada e 131 (9,3%) são utilizados por pacientes com suspeita de covid-19 ou outra Síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Prefeitos contestam bandeira vermelha

A atualização mais recente do modelo de distanciamento controlado do governo estadual colocou quatro regiões em situação de risco alto, devendo observar maiores restrições no funcionamento do comércio: Caxias do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana. A medida, porém, foi contestada por alguns prefeitos dessas regiões, que ignoraram as determinações e mantiveram o funcionamento. Na noite desta segunda-feira, o governador se reuniu com as lideranças municipais para avaliar a situação. Segundo ele, revisões só seriam feitas caso fosse comprovado algum erro técnico. O governo deve se posicionar sobre o que foi debatido na reunião ainda hoje.

:: Distanciamento controlado atinge o pico do fracasso no Rio Grande do Sul ::

Nesta segunda, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) decidiu, em reunião por videoconferência, que irá notificar prefeitos das regiões classificadas com bandeira vermelha para que justifiquem como irão adotar as medidas de distanciamento social. O MP estabeleceu um prazo máximo de 48 horas para isso.

Aumento de internações e novo decreto em Porto Alegre

No levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre, são 2.280 casos confirmados da doença na capital e 57 óbitos. A lotação dos leitos de UTI está em 81,86%. O mês de junho tem registrado uma escalada no número de pacientes internados com covid-19 na capital, que deu um salto da média de 45 no início do mês para 79 nesta segunda-feira. Ainda são contabilizados 45 casos suspeitos internados.

O agravamento da doença levou o prefeito Nelson Marchezan Junior (PSDB) a restringir novas atividades comerciais na capital. Os decretos 20.608 e 20.609 publicados nesta segunda não trazem grande impacto na circulação de pessoas, já que após pressão de empresários do comércio, as restrições foram aplicadas somente para estabelecimentos que faturam mais de R$ 4,8 milhões, o que representa 8,7% dos estabelecimentos comerciais.

A situação na capital também preocupa o governo do estado, já que os hospitais de Porto Alegre atendem pacientes de outros municípios. Dados da SMS apontam que 42% dos pacientes com covid-19 nas UTIs da cidade são de Porto Alegre e 58% são do interior e região metropolitana. Segundo análise do governador, “se essa rede colapsar, o estado colapsa”.

Entre as medidas dos decretos municipais, os shoppings voltam a ter somente serviços considerados essenciais como farmácias, estabelecimentos da área da saúde e mercados. Porém, como a medida só impacta grandes redes, restaurantes, bares e lojas seguem funcionando, com as mesmas regras dos estabelecimentos externos, até às 23h e com restrição ao número de clientes.

Serviços de tele-entrega e pague e leve seguem permitidos independente do horário. Autônomos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte podem seguir operando, porém a partir das 9h, para evitar lotação nos ônibus. Escritórios e consultorias com atendimento ao público devem retornar ao trabalho remoto.

Brasil já tem quase 44 mil mortes

Dados do Conselho Nacional das Secretarias de Saúde registram a morte de 43.959 pessoas por causa da pandemia do coronavírus no Brasil. Entre domingo (14) e segunda-feira (15), foram 627 confirmações de óbitos. A taxa de letalidade em todo o país é de 4,9%. Os estados que registram situação mais crítica são Rio de Janeiro, com índice de 9,5% e Pernambuco, em que o é de 8,5%.

O número total de casos no país chega a 871.271. Em 24 horas mais de 20,5 mil brasileiros tiveram a confirmação de que estão com a doença. Com os resultados, o número de contágios pelo coronavírus registrando crescimento em todos os períodos desde a chegada ao país.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus que podem causar doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem causar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS) a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19. 

Como ajudar a quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Como tirar dúvidas?

A Secretaria Estadual da Saúde recomenda à população e aos profissionais de saúde do RS que entrem em contato com a vigilância epidemiológica de seu município para esclarecimento de dúvidas. Nos horários que as repartições municipais não estiverem atendendo ao público, está disponível o telefone 150 - Disque Vigilância da SES. Questionamentos podem ser encaminhados também para o email [email protected].

Edição: Marcelo Ferreira