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O falso camisa nove no futebol

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O que Fred fez no último final de semana é típico de um garoto mimado

Em tempos de crise, tanto econômica, quanto política e da mesma forma na grande área, criou-se a figura do falso nove. Alguém que ocupa o espaço do ataque pelo meio, podendo se movimentar tanto pelos flancos, como voltar para buscar jogo e auxiliar na primeira marcação.

E para ser mais específico, em tempos de falso nove, quem o tem pode se gabar. Independente do esquema adotado pelo treinador, ter um camisa nove de qualidade é importante. Mesmo no banco.

O Fluminense, nos últimos sete anos, conta com Fred no comando do ataque. Vindo do Lyon (FRA), onde não esteve bem por inúmeras lesões, ele ainda tinha tempo para voltar a ser o artilheiro que o Cruzeiro experimentou e foi parar na Copa de 2006.

Fred, dos homens que carregam o número nove nas costas, é diferenciado. Técnica apurada, excelente senso de colocação, oportunismo sem tamanho. Fred é um dos grandes centroavantes dos últimos tempos no Brasil.

Mas esses tempos são cruéis com Fred. Quando você se destaca na escassez, aparecem detratores para creditar justamente à ausência de concorrência o seu sucesso. 

Foi injustamente culpado pela trágica participação do Brasil na Copa dentro de casa. Chamado de cone, tido como prescindível, nunca abriu a boca para dizer que, naquela bagunça de time, não tinha muito mais o que fazer.

Tornou-se o terceiro maior artilheiro da história do Fluminense. Ídolo da torcida, valorizado pelo clube. Porém, o Flu perdeu a mão e acabou mimando o artilheiro.

O que Fred fez no último final de semana é típico de um garoto mimado. Uma presepada que poderia ter consequências mais graves.

Enquanto é tempo, Fred pode juntar a imprensa, pedir desculpas, marcar uns golzinhos e jogar seu coração para a torcida.

E a torcida pode perdoá-lo, caso ele tome essa atitude. Ele tem largo crédito na história do Flu, não pode jogar isso pelo ralo por birra infantil.

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