Defesa da democracia

Nobel da Paz participa de ato pela democracia organizado por juristas em Curitiba

Para a advogada Ivete Caribé, a presença de Esquivel fortalece a denúncia do golpe em âmbito internacional 

Da redação (PR) |
O argentino atua em prol dos direitos humanos e da América Latina desde os anos 1960, atravessando o período da ditadura militar em seu país
O argentino atua em prol dos direitos humanos e da América Latina desde os anos 1960, atravessando o período da ditadura militar em seu país - Joka Madruga

Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, participa do segundo ato da articulação Advogados pela Democracia, na noite desta sexta-feira (29), em Curitiba. No Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná - UFPR, o argentino deve abordar a atual conjuntura brasileira e a crise das instituições democráticas na América Latina. 
A passagem de Pérez Esquivel pelo Brasil começou nesta quinta-feira (28), por Brasília, e vai até domingo, quando participa de manifestações do 1º de maio em Porto Alegre (RS). Na manhã de hoje, visitou a presidenta Dilma Rousseff para prestar solidariedade e manifestar-se contrário ao processo de impeachment. Em discurso no Senado Federal, o argentino comparou o golpe em curso no Brasil com os ocorridos em Honduras e no Paraguai (em 2009 e 2012, respectivamente), onde mecanismos antidemocráticos destituíram governantes legítimos. 
Na avaliação de Ivete Caribé, coordenadora da Casa Latino Americana e integrante da articulação Advogados pela Democracia, a inclusão de Curitiba no roteiro da rápida passagem do Nobel pelo Brasil é um sinal da importância da capital para o cenário atual. 
Entre os fatores relevantes, a advogada ressalta o fato de a cidade ser sede da Operação Lava Jato, o palco da grande manifestação estadual em memória ao massacre do Centro Cívico, e a capital do estado em que dois trabalhadores sem-terra foram assassinados pela Polícia Militar – referindo-se ao crime ocorrido em Quedas do Iguaçu, no dia 7 de abril. Na tarde desta sexta-feira, Pérez Esquivel também participa da manifestação estadual em memória ao massacre do Centro Cívico. 
Para a advogada, a presença do argentino fortalece a resistência social pela democracia e a denúncia do golpe em âmbito internacional. “Ele é um militante incansável, que vai para todos os lugares e se envolve com as causas populares”. O Pérez Esquivel atua em prol dos direitos humanos e da América Latina desde os anos 1960, atravessando o período da ditadura militar em seu país. 
Advogados pela Democracia
O grupo Advogados pela Democracia reúne professores de direito, juízes, defensores públicos e juristas em geral, articulados em defesa da Constituição e do estado democrático. O primeiro ato organizado pela articulação reuniu mais de duas mil pessoas no dia 22 de março, também no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFPR. O local é simbólico por se tratar da instituição em que Sérgio Moro, juiz federal protagonista na Operação Lava Jato, é professor. 

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