Conflito

MPF denuncia 12 pessoas envolvidas em milícia privada contra indígenas no MS

Fazendeiros da região contrataram jagunços para ameaçar comunidades indígenas, apurou o Ministério Público Federal

São Paulo |
Velório do indígena Clodioude Aguile Rodrigues morto no massacre de Caarapó
Velório do indígena Clodioude Aguile Rodrigues morto no massacre de Caarapó - Ana Mendes/Cimi

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou na última sexta-feira (17), duas denúncias contra envolvidos em uma organização de milícia privada para cometer crimes contra os povos Guarani Kaiowá e Ñandeva no estado do Mato Grosso do Sul. Segundo o MPF, os fazendeiros contrataram jagunços para atacar e ameaçar as comunidades indígenas. Entre as acusações, as doze pessoas ligadas à milícia responderão por constrangimentos ilegais, incêndio, sequestro e disparo de arma de fogo. A íntegra do processo não foi divulgada, pois corre em sigilo.

Os ataques foram cometidos contra indígenas do cone sul do estado, na região de fronteira com o Paraguai. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), os conflitos deixam ao menos um indígena morto todos os anos. O último caso de assassinato foi do Guarani Kaiowá e agente de saúde, Clodioude Aguile Rodrigues dos Santos, que aconteceu na última terça-feira (14).

As investigações fazem parte da Força Tarefa Avá Guarani, iniciada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que apura crimes contra indígenas no estado sul mato-grossense.

Vídeos

Veja abaixo dois vídeos que mostram a situação do conflito no sul do Mato Grosso do Sul.

Ataque a tiros a comunidade indígena guarani, no sul de Mato Grosso do Sul, coletado pela Força-Tarefa do MPF:

Confira também o vídeo produzido pelo Cimi sobre o massacre em Caarapó, que resultou na morte do indígena Kaiowá e agente de saúde Clodioude Aguile Rodrigues dos Santos e deixou pelo menos outras seis pessoas feridas a bala, cinco delas em estado grave – entre elas, uma criança de 12 anos:

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