Pós-golpe

Eurodeputados pedem que UE pare negociações com Mercosul por impeachment de Dilma

Quinze parlamentares de esquerda pedem que bloco não negue 'ataque dramático' à democracia

Opera Mundi |
Para os signatários do documento, Dilma "não cometeu" o crime pelo qual é acusada.
Para os signatários do documento, Dilma "não cometeu" o crime pelo qual é acusada. - Reprodução

Um grupo de 15 eurodeputados da Esquerda Unitária Europeia e do Partido Verde da Eurocâmara pediu em carta à União Europeia (UE) divulgada nesta segunda-feira (05) que pare a negociação de um acordo de associação com o Mercosul devido ao impeachment da presidente eleita e agora ex-presidente Dilma Rousseff.

"Expressamos nossa maior consternação após a decisão" de destituir Dilma por parte do Senado, que, segundo o grupo, está "contaminado de corrupção" e deu "um golpe parlamentar", afirmaram os eurodeputados na carta datada de 1º de setembro e enviada à alta representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini.

Para os signatários do documento, Dilma "não cometeu" o crime pelo qual é acusada e sua saída "afetará profundamente a construção de uma democracia inclusiva no Brasil e no conjunto da região".

"[O impeachment] terá efeitos desestabilizadores não só no curto prazo, mas também no longo prazo", disseram.

Os parlamentares também pediram a Mogherini "não deixar passar isto por alto" e afirmaram que não se pode "recompensar a corrupção".

Dessa maneira, solicitaram que não prossiga a negociação de um acordo de associação com os países do Mercosul, no qual, além do Brasil, estão incluídos Argentina, Uruguai e Paraguai.

"Não podemos seguir negociando como se nada tivesse acontecido e o Senado brasileiro não houvesse orquestrado um ataque dramático à integridade da democracia institucional do país", disseram.

Nesse sentido, afirmaram que a União Europeia deve "falar claramente contra a ameaça à democracia no Brasil, rejeitar o golpe parlamentar e parar as negociações de um acordo de associação com o Mercosul", enquanto "os países-membros não estejam representados por governos chegados ao poder por procedimentos democráticos legais e não por manobras escandalosas". 

*com Agência Efe

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