8 de março

Em Curitiba, marcha de mulheres pede "Fora, Temer" e fim da reforma da Previdência

Mulheres negras fizeram ato histórico ao envolver todas as vozes do ato em jogral que denunciou o machismo e a violência

Brasil de Fato, Curitiba (PR) |
Protesto começou na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba
Protesto começou na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba - Andréa Rosendo

O Dia Internacional das Mulheres reuniu milhares de mulheres em Curitiba. Carregando uma faixa com o lema deste ano – “Nem Uma Mulher a Menos | Nenhum Direito a Menos” –, elas marcharam pelas ruas da cidade contra as reformas trabalhista e da Previdência, contra a Medida Provisória Nº 746 (reforma do ensino médio), em defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, das Mulheres Negras e Indígenas e LBTI (lésbicas, bissexuais, transexuais/travestis e intersex) e por mais políticas públicas para mulheres. O ato, que teve início na praça Santos Andrade, foi encerrado na Boca Maldita, onde ocorreu uma discussão pública sobre Violência Contra a Mulher.

Para a coordenadora da União Brasileira das Mulheres – Seção Paraná (UBM-PR), Maria Isabel Corrêa, o 8 de março é a data de maior visibilidade para as pautas das mulheres e para a democracia do país, além de ser um dia importante para denunciar aqueles que sorrateiramente retiraram o poder de Dilma Rousseff. “O golpe no Brasil é contra a democracia e atinge em cheio trabalhadoras e trabalhadores. Além de entregar nossos recursos naturais à sanha do grande capital internacional, entrega nossa população à barbárie, jogando no lixo décadas de lutas e conquistas sociais", critica Maria isabel. "Políticas sociais inclusivas, que vinham tentando resgatar injustiças históricas com diversos segmentos de nossa sociedade, têm seus recursos congelados por vinte anos, numa visão tacanha de que cada pessoa tem de se virar sozinha. Nesse contexto, as reformas da previdência e trabalhista servem para dar o golpe de misericórdia na classe trabalhadora”.

As mulheres negras se posicionaram em defesa da vida e dos direitos das mulheres e indígenas. No primeiro jogral da noite, elas fizeram a leitura de um texto preparado para a intervenção. Um dos trechos dizia: “Na página policial, nossos traços estão lá reafirmando a violência sofrida pela farda e pelo sistema racista, machista e patriarcal”. Esta e outras partes do jogral foram repetidas por mulheres de todas as etnias e idades, representantes de várias entidades e movimentos sociais. Ao final do ato, Thais Souza convocou, também em forma de jogral, as mulheres presentes para participarem das atividades do dia 25 de julho, o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana.  

A articulação em torno do Dia Internacional das Mulheres em Curitiba e região metropolitana acontece desde dezembro do ano passado e contempla entidades representativas que fazem parte do movimento de mulheres, movimento sindical, movimento estudantil, coletivos de mulheres e independentes, além da Pastoral da Diversidade, Promotoras Legais Populares de Curitiba e Região Metropolitana (PLPs) e representantes de partidos políticos.

Edição: Daniel Giovanaz