Europa

Sindicato alemão consegue redução de jornada de trabalho para 28 horas semanais

Acordo foi fechado após cinco rodadas de negociações; além de aumento, metalúrgicos terão participação nos lucros

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Acordo foi fechado após cinco rodadas de negociações
Acordo foi fechado após cinco rodadas de negociações - Wikimedia Commons

O maior sindicato metalúrgico da Alemanha, o IG Mettal, fechou um acordo com as principais empresas alemãs nesta terça-feira (6) que prevê um aumento salarial de 4,3%, além de diminuir a jornada de trabalho de 35 para 28 horas semanais.

Além do aumento e da redução de jornada, os 900 mil trabalhadores abarcados pelo pacto terão participação nos lucros das empresas. Segundo a imprensa alemã, o acordo terá vigência de 27 meses, que servirá para medir os impactos das medidas. Elas já entram em vigor em abril deste ano. 

Os trabalhadores receberão um pagamento único de 100 euros, relativo ao exercício fiscal do primeiro trimestre de 2018. A partir do ano que vem, esse pagamento vira um depósito único de 400 dólares por ano, ao qual será acrescentado ainda um segundo pagamento anual extra, correspondente a 27,5% do salário mensal de cada funcionário.

Os funcionários que tenham filhos pequenos, doença na família ou forem idosos poderão ainda optar por não receber o montante anual, o substituindo por uma jornada de trabalho ainda menor. Esta medida também será válida durante um período de dois anos.

Por outro lado, as empresas poderão contratar mais trabalhadores para uma jornada de 40 horas semanais em períodos em que haja a necessidade de aumento de produção para atender a maiores demandas. 

“Os trabalhadores vão ter mais dinheiro no bolso em termos reais; vão obter uma parte justa dos lucros das empresas, e isso vai impulsionar o consumo”, afirmou à Reuters Roman Zitzelsberg, um dos representantes da IG Metall.

Negociação

As medidas foram aprovadas após cinco intensas rodadas de negociações nas quais, a princípio, não houve sucesso. Por conta disso, os sindicatos organizaram uma série de greves em todo o país, paralisando gigantes como a Airbus, Daimler, BMW e Bosch.

A última rodada de negociações, que ocorreu na sede da fabricante de automóveis Daimler (empresa que tem como principal marca a Mercedes-Benz), permitiu chegar a um pacote de medidas menor que o inicialmente pedido (o sindicato queria um aumento de 6%), mas que representa uma vitória e pode servir para futuras negociações que incluam outros setores da economia do país. 

No ano passado, a economia da Alemanha cresceu na taxa mais alta desde 2011, com baixo desemprego - o menor nível desde 1990, quando o país se reunificou.

Edição: Opera Mundi