CORDEL

A peleja do trabalhador pela aposentadoria

A luta entre os que precisam e os que querem matar de fome quem trabalha

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Só a união da arte e da luta defendem a aposentadoria dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Só a união da arte e da luta defendem a aposentadoria dos trabalhadores e das trabalhadoras. - Reprodução

Meu povo desse País

Escutem essa história

Vou declamar pra você

De uma batalha inglória

A Briga do Rei da mentira

Que dispara a sua ira

De forma persecutória

 

Contra o povo que trabalha

Vai pra lida logo cedo

O camponês e o operário

Para o tranco não tem medo

Mas também, quer descansar.

No fim da vida, repousar

Com direitos e sem segredo

 

Após o rei da mentira

Quer engabelar todo mundo

Dizendo que a previdência

Está num posso sem fundo

E que se não sacrificar

A tendência é piorar

Vai lascar, tu, eu e Raimundo!

 

Diz que o déficit é grande

Que é preciso ajeitar

Se não daqui pra frente

Ninguém vai ser aposentar

A previdência vai falir

O dinheiro vai sumir

Por isso, é preciso renovar!

 

Uma Nova Previdência

Para o bem dessa Nação

Que vai ser uma coisa boa

Pra toda população

Que vai modernizar

Tudo capetalizar

Sendo essa a solução

 

Um sacrificiozinho

Pra todo mundo enfrentar

Capetalizando tudo

Todo mundo vai ganhar

Você junta seu dinheiro

Entregando ao banqueiro

Pra depois se aposentar!

 

Mas quando eu vejo isso

Fico logo desconfiado

Se fosse bom de verdade

Todo mundo tava enfiado

Dos ministros, ao general

Numa vontade igual

De ver tudo melhorar

 

Mas por que os generais

Os juizes e os ministros

Tiraram o deles da reta

Desse negocio sinistro

Empurrando tudo pra nós

Sem dó e com aveloz

Fica aqui esse registro

 

Uma conversa bonita

Daqueles fela putista

Oh encenação da peste

Que mais parece uns artista

E nesse palavreado

Quer nos deixar encantado

Nordeste, norte e sulista.

 

Mas meu amigo meu povo

Não caia nessa conversa

É coisa de Lúcifer

E a pisadinha é essa

Pro mode então nos ferrar

E nós não se aposentar

O mentiroso tem pressa.

 

Ela é superavitária

Essa nossa previdência

Os banqueiros e o mentiroso

São cegos da consciência

Pra tirar nosso direito

Meu povo só tem um jeito

É perder a paciência.

 

Eles querem incentivar

A capetalização

Previdência social

Fazer desvinculação

Pra previdência privada

Desse jeito camarada

Ninguém se aposenta não.

 

É mentiroso esse cabra

Querendo ludibriar

Dizendo que o tal rombo

Alguém precisa tapar

E a conta bota pro povo

Assim eu digo de novo

Ninguém vai se aposentar

 

Por que é que ele não cobra

A divida dos bancos e empresa

Que devem muitos milhões

Disso eu tenho certeza

As empresas estão devendo

Mas não pagam, fico vendo.

É uma grande safadeza!

 

A quem já é aposentado

Também vai prejudicar

Pois vão separar do salário

Na hora de reajustar

O resultado é assim

Quando o salário subir

O aposento fica onde tá

 

E aquele que é jovem

Por favor, presta atenção

Nunca vai se aposentar

Se liga ai meu irmão

Pois para aposentar

Tu vai ter que trabalhar

Quarenta anos diretão

 

Éhhhhh

Quarenta anos direto

Tu vai ter que trabalhar

Capetalizando o banco

Se quiser se aposentar

E daqui quarenta anos,

Se algo furar nos planos,

O banco vai reembolsar?

 

Meu povo, só tem jeito

Vamos tudo se unir

Pois a força do povo junto

Faz a maldade ruir

Todo mundo pelejando

O inimigo derrotando

Pra gente poder sorrir!

 

Somente o povo na rua

Unido na resistência

Que despertara em todos

Verdadeira consciência

Pra termos seguridade

Viver bem de verdade

E uma justa previdência.

*Marcos Freitas - Servidor, Enfermeiro e Poeta e João Muniz - Agricultor, Pedagogo e Poeta

Edição: Heloisa de Sousa