RESISTINDO

PB | Plenária conjunta é realizada na UFPB e comunidade vai às ruas contra cortes

Marcados pela indignação, professores, estudantes e servidores se juntaram para defender a educação e as universidades

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Centenas se reuniram no Centro de Vivências da UFPB, no primeiro de uma série de atos marcados contra os retrocessos impostos aos IFES.
Centenas se reuniram no Centro de Vivências da UFPB, no primeiro de uma série de atos marcados contra os retrocessos impostos aos IFES. - Ascom Aduf

Um clima de indignação marcou a primeira atividade realizada na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, após o bloqueio de 44 milhões de reais de recursos de custeio e de 5 milhões que viriam de emendas parlamentares de deputados e senadores.

Estudantes, professores, técnicos-administrativos, movimentos sociais de juventude e diversas organizações populares estiverem presentes na Assembleia, que aconteceu a partir das 16h, desta quarta (08), no Centro de Vivências da UFPB.  "Sinto aqui a energia que estamos começando uma batalha histórica, tanto quanto a luta das Diretas Já, só arredaremos o pé, quando formos vitoriosos. A universidade pública não aguenta esse governo Bolsonaro porque senão acaba. Estamos começando uma jornada, mas a sociedade precisa de novos tempos, são 13 milhões de desempregados e 5 milhões de desalentados, chega disso! Estamos começando na luta pelas verbas da educação, mas essa é uma grande luta e essa é a luta dessa nossa geração , principalmente dessa juventude que está aqui", desabafou o professor Jaldes Meneses.

O estudante de Sociologia, Josias de Sousa, disse que esse corte na UFPB e nas demais universidades e institutos brasileiros é uma tentativa de deixar a juventude sem esperança, mas que a luta e a organização dos estudantes será o melhor recado que Bolsonaro precisa. " Se o que ele pensava era que iria fazer apenas uma redução no orçamento e pronto, enquanto ele coloca dinheiro para liberar armamentos pelas ruas do Brasil, ele estava enganado. Estamos aqui para dizer, nós resistiremos e lutaremos por nós e por mais educação".

Durante a plenária pública, os presentes deliberaram que no dia 15 de maio, acompanhando o chamado de paralisação nacional da educação, vai haver, a partir das 9h, em frente ao Lyceu Paraibano, uma atividade de rua e, na sequência, caminhada em direção ao Parque Solon de Lucena. "Na Lagoa vai acontecer o Universidade na Praça, com exposição de trabalhos de extensão universitária e serviços à comunidade", explicou o professor Marcelo Sitcovsky, do Sindicato dos Professores da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB).

Ato ocorrido ao final da plenária da UFPB. / Marco Acco.

Ao final da plenária, os presentes saíram em caminhada pelo campus, passaram pelo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) e pelo Centro de Tecnologia, e se dirigiram até à avenida principal, onde fica localizada a UFPB, sendo o ato encerrado em frente ao portão do CCHLA.

Calendário da UFPB contra corte no orçamento

Ainda na terça (07), a UFPB divulgou oficialmente o calendário de atividades, que foram deliberadas durante a realização da assembleia universitária - espaço ocupado por gestores, membros de colegiados e de entidades de classe, professores, técnico-administrativos  e estudantes. 

Confira a seguir: 

09/05 - Plenária do Sintespb no Auditório do Centro de Educação, no campus I, em João Pessoa, às 19h.

10/05 - Assembleia do Sintespb na sede do sindicato, no campus I, em João Pessoa, às 9h30.

13/05 - Plenária da Adufpb no campus II da UFPB, em Areia. Horário a confirmar.

14/05 - Plenária da Adufpb no campus III da UFPB, em Bananeiras. Horário a confirmar.

15/05 - Às 9h, em frente ao Lyceu Paraibano, terá atividade de rua e, na sequência, caminhada em direção ao Parque Solon de Lucena; e às 14h, Sessão especial na Assembleia Legislativa (ALPB).

Data a ser definida - Reunião do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino Superior da Paraíba.

Também no dia 7 de maio, o gabinete da Reitoria divulgou nota oficial onde afirmava que " esta intervenção afetará 45, 5% na ação responsável pelo funcionamento cotidiano da universidade. Além disso, foram bloqueados R$ 5.645.537,00 (cinco milhões, seiscentos e quarenta e cinco mil, quinhentos e trinta e sete reais) de recursos de capital, chegando a 32, 7 % de corte total, o que afeta também o Hospital Veterinário, a Escola Técnica de Saúde e o Colégio Agrícola Vidal de Negreiros ". 

A nota na íntegra pode ser conferida aqui.

Edição: Heloisa de Sousa