Foi lançada no Rio Grande do Norte, no último dia 12 de agosto, a campanha de alfabetização “Sim, eu posso!”, que adota o método cubano de ensino e aprendizagem. Na primeira etapa da campanha que durará esse ano, 25 turmas serão formadas com 15 jovens e adultos, resultando em 325 pessoas alfabetizadas. As turmas estão localizadas em nove comunidades periféricas de Natal e Região Metropolitana.
Os educadores que aplicarão o método cubano são pessoas referências da própria comunidade. A meta é que no próximo ano o projeto se expanda e atinja mais de cinco mil potiguares. O “Sim, eu posso!” já foi usado para ensinar a ler e escrever mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo. Com o método, Cuba, Venezuela e Bolívia erradicaram o analfabetismo.
A campanha é uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) em conjunto com outros movimentos parceiros do campo popular, como Levante Popular da Juventude e Amélias: Mulheres do Projeto Popular.
Erivan Hilário, da Coordenação Nacional de Educação do MST, chama atenção que o direito de ler e escrever foi negado à boa parte da população brasileira. "Cuba, em solidariedade aos povos, criou um método para erradicar o analfabetismo em todo o mundo", afirma Erivan.
O professor Getúlio Marques, que ocupa a Secretaria de Educação do RN, lamenta que ainda 14% da população potiguar seja analfabeta. "Queremos que essa campanha de combate ao analfabetismo se torne uma política de estado, não de governo, para que o Rio Grande do Norte se torne um território livre de analfabetismo", declara.
A educadora Marineide, moradora do Jardim Progresso, loteamento do bairro Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte de Natal, está animada para contribuir com sua comunidade. Ela afirma que lá as pessoas são muito humildes e muitos são analfabetos. "A campanha é 'Sim, eu posso!', né? Nós podemos levar conhecimento aos próximos, trabalhar juntos para levar a leitura e a escrita". Sua turma de 15 alunos começa as aulas na segunda-feira (19), na sede da Associação dos Carroceiros.
Edição: Marcos Barbosa
