PESANDO NO BOLSO

Manifestantes protestam contra o aumento da energia elétrica em cidades gaúchas

As ações fazem parte da jornada de lutas nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens contra preços abusivos da luz

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |

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No centro de Porto Alegre, foram distribuídos panfletos à população alertando sobre os motivos da alta das tarifas - Coletivo de Comunicação do MAB RS

Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizaram manifestações no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (27), contra as altas tarifas de energia pagas pela classe trabalhadora.

A mobilização faz parte de uma jornada de lutas contra os altos preços da energia elétrica no país. Ao todo, 17 cidades pelo Brasil registraram protestos. 

“O preço da luz cobrado das residências brasileiras é um verdadeiro roubo. Os novos aumentos autorizados pelo governo Bolsonaro são abusivos e desnecessários e a luta contra essa situação é legítima, porque o povo não pode pagar a conta do caos criado no setor elétrico”, afirmou Gilberto Cervinski, coordenador nacional do MAB.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o Brasil tem a 14 tarifa de energia do consumidor residencial mais alta em ranking que compara o Brasil com os 28 países-membros da Agência Internacional de Energia (AIE).

O MAB destaca que os altos preços da energia elétrica afetam principalmente a população de baixa renda.

“As empresas de energia têm reajustado as tarifas sistematicamente, apoiadas na ideia da 'crise hídrica'. Com a nova bandeira tarifária implementada pelo governo federal, houve aumento de R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumido, impactando o orçamento das famílias. Muitas das famílias comentam que, com o aumento das tarifas, têm deixado de comer para 'não ficar no escuro'”, denuncia o movimento.

A ação também aconteceu na cidade de Erechim /Coletivo de Comunicação do MAB RS

O MAB pontua que, muitas famílias têm direito à Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e não a acessam. Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Social, mais de 450 mil famílias no Rio Grande do Sul têm esse direito, sem efetivação do mesmo. 

Dentro desse contexto, o ato teve como objetivo pressionar pela revisão dos aumentos do preço da luz; a devolução do dinheiro ao povo atingido pelas tarifas abusivas; que não seja permitido o corte da energia nos casos das famílias que não tenham condição de pagar, ou estejam inadimplentes; o cumprimento da lei que dá o direito de acesso automático à Tarifa Social de Energia Elétrica para a população de baixa renda; a isenção da tarifa de energia para todas as famílias cadastradas no CadÚnico até o final da pandemia; e um preço justo de energia para toda a população. 

Em Porto Alegre, o ato aconteceu durante a manhã, no Largo Glênio Peres. A ação foi encerrada com a queima de contas de energia da distribuidora Rio Grande Energia (RGE), que atualmente pertence à companhia privada CPFL energia.

Durante o ato na capital foram distribuídos panfleto à população sobre a alta tarifa. A atividade contou com a participação de parlamentares gaúchos e de outros movimentos sociais.

Em Erechim (RS), o ato aconteceu na Esquina Democrática, na Avenida Maurício Cardoso com a Rua Itália. Estiveram presentes atingidos e atingidas que sofrem com a cobrança abusiva em suas tarifas de energia.


 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira