Greve Nacional

Sem soluções definidas, movimentos indígenas e governo do Equador concluem diálogos

Mesas de negociação estabelecidas após greve nacional tiveram 90 dias para criar acordos sobre demandas sociais

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Apesar das mesas de diálogo, movimento indígena afirmou que nem todos pontos levantados nas manifestações foram acordados - Reprodução: Twitter/Conaie

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) anunciou nesta sexta-feira (14/10) o fechamento das mesas de diálogo com o Governo do Equador após 90 dias do início das negociações, resultado da greve nacional no país em junho.  

Apesar da instituição das mesas de diálogo, o movimento indígena afirmou que nem todos os pontos levantados nas manifestações foram acordados. "A população sabe do esforço que temos feito para resolver os problemas, assim duas mesas não encontraram acordos: trabalhista e dos subsídios. Pedimos ao governo que flexibilize sua posição", disse o presidente da Conaie, Leônidas Iza.

Em outra ordem, os representantes dos povos indígenas explicaram durante a roda de conversas a necessidade de baixar ainda mais o preço dos combustíveis para a população ligada à agricultura e ao meio rural, devido ao seu impacto na economia de toda a população, o que também não foi aceito pelo governo de Guillermo Lasso.

No entanto, o ministro do Trabalho do Equador, Patricio Donoso, assegura que nos diálogos sobre assuntos trabalhistas foram alcançados 17 acordos e que a Conaie “não quis assinar o ato de encerramento”.

Já em relação à mesa para subsídios, a vice-ministra do Equador, Ana Changín, declarou que “apesar das alternativas às demandas, não houve acordos. Porém, na assinatura da ata,  grandes coincidências foram colocadas em anexo, como o subsídio voltado para quem mais precisa”.

Apesar das declarações dos representantes do governo de Lasso, as reivindicações dos cidadãos baseiam-se na deterioração da situação social com o agravamento da insegurança no país, apontando que esta questão não fazia parte das tabelas técnicas inicialmente previstas e que resolvê-lo é uma prioridade para os equatorianos.

Até a última sexta-feira (07/10) havia seis mesas de diálogo que conseguiram selar acordos assinados: Banca pública e privada, Energia e recursos naturais, Desenvolvimento produtivo, Controle de preços, Segurança e justiça e Direitos coletivos. 

Após 18 dias de greve nacional no Equador, cessada no dia 30 de junho, as mesas de negociações foram instaladas no início do mês de julho como um dos principais acordos alcançados pela suspensão das mobilizações em todo o país com o objetivo de debater as reivindicações pontuadas pelos manifestantes. 

Durante protestos, movimentos sociais exigiam redução dos preços dos combustíveis, fim da mineração em territórios indígenas, retomada da política de subsídios para a população, geração de emprego, maior investimento em setores como saúde e educação, além da não-privatização de setores da economia. 

(*) Com Telesur