NA RETA FINAL

Governo federal nomeia auditor bolsonarista como secretário de Alfabetização do MEC

Faltando menos de 20 dias de gestão, servidor é alçado a órgão importante do Ministério da Educação

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Fábio Gomes teve pouco mais de 3.000 votos em sua candidatura a deputado distrital em outubro deste ano - Reprodução/Instagram

Faltando menos de 20 dias para deixar a cadeira da Presidência da República e o comando do governo federal, o ex-capitão Jair Bolsonaro (PL) nomeou um novo secretário de Alfabetização para o Ministério da Educação.

Em uma publicação no Diário Oficial da União assinada pelo ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) nesta segunda-feira (23), a gestão federal demitiu Carlos Nadalim, que ocupava o cargo desde o início de 2019, pelo servidor de carreira Fábio Gomes.


Nomeação de Fábio Gomes como secretário de Alfabetização do Ministério da Educação / Reprodução/Diário Oficial da União

O novo chefe das políticas de alfabetização estava licenciado desde que foi candidato a deputado distrital pelo PRTB nas eleições deste ano. Gomes teve 3.002 votos, o que não foi suficiente para levá-lo à Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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Antes da candidatura, foi cedido pelo Tesouro Nacional ao Ministério da Educação. Gomes integrou a equipe de transição do governo Bolsonaro, ainda sob comando de Ricardo Vélez, primeiro ministro que comandou o MEC.

Durante a gestão bolsonarista, foi diretor de Administração do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e diretor de alfabetização do MEC, cargo que fica abaixo hierarquicamente abaixo do de secretário, que assume agora.

Nas redes sociais, Gomes tem perfil de militante de extrema-direita. No Twitter, ostenta como publicação fixada no topo de sua página uma declaração de apoio do youtuber Kim Paim, que já foi multado pela Justiça por espalhar fake news.

Um dos temas mais abordados em suas postagens é a linguagem neutra, prática inclusiva que busca combater o preconceito estrutural de gênero. Além disso, faz postagens com críticas ao PT e de exaltação de Damares Alves e Michelle Bolsonaro.

Edição: Glauco Faria