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Prêmio Marielle Franco é aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo

Proposta de 2018 chegou a ser arquivada, mas voltou à pauta em memória aos cinco anos da morte da vereadora

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Crime segue sem resposta e mandantes nunca foram identificados - ©Miguel Schincariol/AFP

A Câmara dos Vereadores da cidade de São Paulo aprovou a criação de um prêmio em memória da vereadora Marielle Franco, que vai reconhecer pessoas atuantes na defesa dos direitos humanos. No próximo dia 14 de março, os assassinatos da parlamentar e do motorista dela, Anderson Gomes, completam cinco anos.

Proposto em 2018, o Projeto de Resolução (PR 03-08/2018) chegou a ser arquivado pela casa. Mas a proximidade da data e o simbolismo da premiação levaram a vereadora Luana Alves (PSOL) a brigar pelo retorno à pauta e pela aprovação do texto.

"É (um prêmio) para homenagear defensores e defensoras de direitos humanos da cidade de São Paulo. Para nós, ter o nome da nossa companheira, que foi brutalmente assassinada por ser uma defensora dos direitos da população pobre, da população periférica, é uma honra muito grande", afirma Luana Alves.

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A vereadora afirma que, mesmo com a criação de mais uma homenagem, a sociedade ainda espera uma resposta sobre o crime.

"Ainda não temos justiça. Os mandantes do assassinato não estão presos, não estão identificados. O caso não está resolvido, mesmo depois de cinco anos do assassinato da Marielle. Fazemos as homenagens, mas seguimos lutando por justiça, porque ainda não tivemos, de fato, a identificação e a punição aos mandantes."

Luana se tornou coautora do projeto, que foi apresentado originalmente por Sâmia Bomfim (PSOL), agora deputada federal. Bomfim destaca o simbolismo do prêmio e reafirma a importância da busca por justiça pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.

"A aprovação desse prêmio na Câmara Municipal tem um valor muito simbólico. Em primeiro lugar, para a sociedade, de não deixar cair no esquecimento esse crime tão brutal, que precisa de respostas. Nós queremos justiça por Marielle e por Anderson. Também para honrar o legado de Marielle para que outras e outros defensores de direitos humanos possam ser valorizados e reconhecidos."

O texto foi aprovado por 41 votos a favor e 5 contra e ainda precisa passar por sanção do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Edição: Nicolau Soares