Panorama

Sistema monitora obras feitas em escolas gaúchas; em 112 locais, só 3% delas foram concluídas

Após lançamento, sistema já totaliza dados de 112 escolas, que apresentam 167 diferentes necessidades estruturais

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"O abandono da estrutura das escolas é generalizado", afirma parlamentar responsável pela iniciativa - Foto: Divulgação

De acordo com levantamento do Monitoramento das Obras Escolares, realizado em 112 escolas gaúchas, 14% de obras foram iniciadas, 83% não iniciadas e apenas 3% de obras concluídas. Lançado em 2 de maio de 2023, o projeto é uma realização da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da AL/RS e desenvolvido em parceria com o Departamento de Tecnologia e Informação (DTI) do Legislativo gaúcho. 

Presidenta da comissão e responsável pela iniciativa, a deputada Sofia Cavedon (PT) afirma que  a ferramenta garante “transparência e participação da comunidade escolar para avançarmos de verdade na defesa da educação pública”. Após o lançamento, o sistema já recebeu mais 30 novas demandas, totalizando 112 escolas que apresentam 167 diferentes necessidades.

No RS, das 2.311 escolas estaduais, apenas 99 não necessitam de reformas e reparos

A partir dos dados, a deputada assegura que que o abandono da estrutura das escolas é generalizado e se agrava pela falta de respostas e reduzidos recursos da autonomia financeira, que não permitem prevenção e solução imediata dos pequenos problemas. "As consequências vão desde a redução de vagas por interdições à insegurança nas escolas, passando pela impossibilidade de alimentação adequada e de qualificação pedagógica.”

Conforme pontua a parlamentar, alguns casos são emblemáticos, como o Colégio São Luiz Gonzaga, de Veranópolis (RS), com interdição de cerca de 40% da escola e estudantes impedidos de utilizarem nove salas de aula, biblioteca e laboratório de informática.

Na E.E.E.F. Araújo Vianna, de Porto Alegre, a situação também é grave. O forro do auditório está deteriorado, a sala de Atendimento Educacional Especializado foi interditada por rachaduras, o piso do pátio precisa ser reformado com urgência e há falta cercamento do entorno da escola.

“Os números desta amostragem já dão conta de explicitar os principais problemas nas escolas gaúchas, nesta ordem: problemas estruturais e reforma geral ou parcial da escola (como rachaduras, caixa d’água, piso pintura); reforma da rede elétrica; construção ou reforma de refeitório ou cozinha; reforma do telhado, construção ou reforma do muro/cercamento e construção de quadras ou ginásio de esportes”, exemplifica.

Todas as comunidades escolares e a população têm acesso ao monitoramento para consultas, contribuições novas informações e incluir escolas que apresentam demandas de obras. O acesso é pelo site da Assembleia Legislativa: https://www.al.rs.gov.br/legislativo/obrasescolares.aspx.

 

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira