O programa Central do Brasil desta terça-feira (6) traz uma entrevista com o cantor e compositor paraibano Chico César. A conversa ocorreu em São Paulo, durante a Feira Nacional da Reforma Agrária. O artista se manifestou em defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e falou que não se sente apenas apoiando o movimento, e sim como parte dele.
Ele também comentou a histórica pressão do agronegócio sobre a sociedade brasileira. "A pressão do agro existe desde 1500, desde que os portugueses botaram os pés numa praia da Bahia. Nós, descendentes de quilombolas, de indígenas, nós sociedade brasileira, nós do MST não podemos arredar o pé em nenhum momento e não podemos perder a narrativa. Não temos nada a temer e [o MST] vai avançar cada vez mais: ocupar, produzir, distribuir e socializar."
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O cantor ainda mostrou que a arte tem uma contribuição profunda na defesa da reforma agrária e com o rompimento de monopólios culturais. "Eu sinto que é preciso acabar com muitos monopólios, acho que as monoculturas são muito maléficas. Às vezes nós temos uma vasta extensão de terra que produz só cana, que só produz laranja, que só produz soja transgênica e nós precisamos dessa que é a produção de várias coisas. Nós precisamos disso tanto na arte, quanto na terra", apontou.
"É isso que vai pacificar o Brasil do ponto de vista macroeconômico e obviamente a cultura vai se beneficiar com isso. Nós precisamos ter a produção dos quilombolas, a produção dos indígenas, a produção LGBTQ, das mulheres, das mulheres negras etc."
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Chico César também afirmou que tem forte ligação com o MST. "O MST é parte da minha vida, é parte da vida contemporânea do Brasil. Acho que houve e ainda há uma tentativa de demonização do movimento, mas o MST tem dado respostas muito concretas com a sua própria produção e do que é capaz. E mais do que isso, do que é capaz o Brasil para buscar caminhos fora desse caminho do mainstream que é o agronegócio."
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Edição: Nicolau Soares
