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Ato na Câmara de Vereadores de SP defende educação no campo realizada pelo MST

Evento criticou as tentativas de criminalização do movimento e de suas iniciativas de ensino popular no meio rural

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Evento em apoio ao movimento foi promovido pela vereadora do PT, Juliana Cardoso
Evento em apoio ao movimento foi promovido pela vereadora do PT, Juliana Cardoso - Rute Pina

A Câmara dos Vereadores de São Paulo recebeu, nesta sexta-feira (22), um ato em solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e em defesa da educação popular. 

O evento ocorreu duas semanas após a veiculação de uma reportagem, com aberto tom de criminalização, da TV Record sobre o Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinhas, que aconteceu em Brasília. A matéria foi transmitida no dia 10 de janeiro no Domingo Espetacular.

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No evento, Marisa da Luz, dirigente estadual do MST, explicou a centralidade da pedagogia para o movimento. “É muito importante a gente frisar que a educação no MST se assume como uma proposta política que se vincula as lutas sociais e por transformação”, disse.

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Ela afirmou que a proposta pedagógica do MST, com crianças e adultos, foca na formação de valores e de identidade dos sem-terra. 

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O promotor de Justiça da Infância e Juventude Eduardo Dias, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ressaltou que o movimento pode pedir reparação à TV Record pelas mentiras veiculadas.

"Seria importante que os pais das crianças que aparecem nessas reportagens, eles próprios e em conjunto encaminhem uma representação à sede da emissora", orientou.

Dias relacionou a perseguição ao movimento com o aumento do conservadorismo no país. "Nesse ambiente que estamos -- de discussão da 'Escola Sem Partido' e em que estão querendo decapitar Paulo Freire como patrono da educação--, uma filosofia com base em seus ensinamentos e na pedagogia do oprimido é algo que deve incomodar muito."

O vereador Eduardo Suplicy (PT) afirmou que vai encaminhar uma carta à direção da emissora com pedido de direito de resposta. "O MST tem que ter a oportunidade de responder sobre o direito dos sem-terrinhas de, desde pequenos, conhecerem a história e a luta importante que seus pais e seus avós estão realizando para que se tenha maior equidade na maneira que se distribui a propriedade fundiária no Brasil", disse.

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Suplicy também repercutiu a recomendação do ouvidor agrário do Incra de não ter diálogos com entidades que não tenham personalidade jurídica. "O MST também tem o direito de ter uma forma de organização que preferiu existir sem se tornar pessoa jurídica", pontuou.

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Além de políticos, diversos integrantes de entidades e movimentos populares estiveram no evento para expressar solidariedade ao MST. O evento em apoio ao movimento foi promovido pela vereadora do PT, Juliana Cardoso.

Edição: Mauro Ramos