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VOZ SEM TERRINHA

“Venho falar como sem-terrinha que fui”; advogada relata seu aprendizado no MST

"Esta sem-terrinha poderá defender que cada criança aprenda o que aprendi, sorria, cante e brinque", diz Ariane Araújo

11.fev.2019 às 10h49
São Paulo (SP)
Ariane Araújo
Ariane no 3º Congresso Nacional do MST, 1995, Brasília/DF e depois com a Turma de Direito Eugênio Lyra - UNEB (PRONERA)

Ariane no 3º Congresso Nacional do MST, 1995, Brasília/DF e depois com a Turma de Direito Eugênio Lyra - UNEB (PRONERA) - Ariane Araújo/Arquivo Pessoal

A repercussão crítica à reportagem veiculada pela TV Record neste domingo (11), sob o nome “A Polêmica dos Sem Terrinha” têm sido ampla. Políticos da oposição, integrantes de movimentos populares se solidarizaram com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e as crianças de seus acampamentos e assentamentos. O Brasil de Fato divulga aqui a carta da advogada Ariane Araújo, que já foi sem-terrinha, em que defende o movimento e seu processo educacional.

Confira a carta na íntegra:

Ontem, 10 de fevereiro, a emissora do Pastor Edir Macedo transmitiu uma reportagem sobre o Encontro Nacional dos Sem Terrinha, que aconteceu em Brasília em 2018. Questionaram até que ponto uma criança deve ser inserida em uma organização de caráter ideológico. Pois bem:

Venho, então, falar como sem-terrinha que fui. Nasci e me criei na Bahia, no seio desta organização, de uma família de origem camponesa do interior do Piauí. Desde muito pequena, aprendi sobre a importância de dividir com as demais crianças.

Aprendi que o brinquedo, o lanche, a roupa, são coisas que, quando necessário, devem ser compartilhados. Aprendi que a cama macia para dormir não era comum na vida de todos, para alguns era luxo, que comer mais de refeição também. Aprendi que estudar próximo de onde morava era algo quase impossível. Que, naquela época, ter uma TV era o sonho de muitas crianças. Aprendi a dar valor a tudo que tinha e que nada caía do céu. Que meus pais trabalhavam dia e noite, passavam semanas fora de casa visando melhorar a vida não apenas da nossa família, mas de outras também.

Aprendi que a arte, a cultura e as brincadeiras eram um direito, uma necessidade humana para fazer os dias de amargura um pouco mais doces. Aprendi que aquela sementinha de feijão que plantamos na escola significa cuidar a terra, cultivar o alimento, semear o grão.

Aprendi que, apesar de parecerem mundos completamente diferentes, na cidade muitas crianças também não tinham o que as crianças do campo almejavam. Que a comida que se tinha na cidade, vinha diretamente da mão do povo do campo.

Hoje, com estes e tantos outros aprendizados adquiridos ao longo da vida, a sem terrinha que antes não entendia do mundo, pôde estudar – mesmo nas escolas tidas como "tradicionais e livres do comunismo"-, pôde entrar (com outros que também foram sem terrinhas) numa das carreiras acadêmicas mais elitistas, que outrora formava apenas os filhos dos que muito tinham.

Hoje, com diploma e OAB, esta sem terrinha poderá defender que cada criança aprenda tudo que aprendi, que tenha tudo que não tive, que sorria, cante e brinque como se deve e que possa, assim como eu, ter todas as oportunidades para pintar os quatro cantos deste país de povo.
Até que ponto, então, as crianças devem se inserir em uma organização de caráter ideológico? Respondo: até que não seja mais necessário lutar pelo que é direito. Foi assim que aprendi e é assim que vou ensinar para todas as crianças, seja ela sem terrinha ou não: que só a luta muda a vida.

Ariane Araújo, militante sem terra e advogada formada pela turma de Direito da UNEB Eugênio Lyra (PRONERA).

Editado por: Pedro Ribeiro Nogueira
Tags: educação no campomstsem terrinha
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