Mobilizações

Sexta-feira foi dia de protestos e paralisações por direitos trabalhistas no Paraná

Em Curitiba, servidores se posicionaram contra o "pacotaço" do prefeito Rafael Greca (PMN)

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Em Cascavel, também houve protestos contra o ministro da Justiça, Osmar Serraglio
Em Cascavel, também houve protestos contra o ministro da Justiça, Osmar Serraglio - Júlio Carignano

Reforma da Previdência, reforma trabalhista, aniversário do golpe de 1964, ameaças aos direitos dos servidores municipais em Curitiba. Com muitos motivos para protestar, milhares de paranaenses saíram às ruas no final da tarde desta sexta-feira (31), em uma espécie de preparação para a greve geral de 28 de abril.

Na capital, as mobilizações começaram cedo. O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) estima que 180 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) paralisaram as atividades por 50 minutos pela manhã contra o ajuste previsto pelo prefeito Rafael Greca (PMN). Entre outras propostas, o "pacotaço" congela o reajuste salarial, paralisa o Plano de Carreira e altera a alíquota de contribuição previdenciária municipal. À tarde, 40 unidades de saúde, quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e servidores da assistência social em todas as regionais também aderiram à paralisação.

O protesto contra a reforma da Previdência começou às 18h na praça Carlos Gomes, no centro da cidade. Animados pelo tradicional bloco Garibaldis e Sacis, mais de 500 pessoas se reuniram e gritaram palavras de ordem contra o governo Michel Temer (PMDB), contra a terceirização irrestrita e em defesa dos direitos dos trabalhadores.



(Foto: Daniel Giovanaz)

Entre os manifestantes, representantes de várias centrais sindicais alertaram para as ameaças à aposentadoria. "Nós, como servidores do judiciário, não podemos ficar de fora desse manifesto em defesa da aposentadoria", declarou Márcio da Costa Rodrigues, integrante do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho (Sinjutra). "Todos os nossos colegas estão cientes disso, e foi uma decisão unânime a de nos colocarmos em defesa da Previdência e contra essa reforma. O tempo de contribuição de 49 anos e a idade mínima de 65, para se aposentar, é muito fora da nossa realidade", completou. 

Carne Fraca

Em Cascavel, na região Oeste, mais de mil pessoas saíram às ruas a partir das 18h30 pela preservação da CLT e em favor dos direitos trabalhistas. Participaram estudantes, integrantes do MST, coletivos independentes e movimentos sociais.



(Foto: Júlio Carignano)

Em meio ao protesto, parte dos manifestantes marcharam em direção ao teatro municipal onde estava Osmar Serraglio, ministro da Justiça suspeito de envolvimento na fraude investigada pela operação Carne Fraca.

Também houve manifestações nos terminais urbanos de Londrina, Maringá, e nos principais municípios do interior do estado.

Edição: Ednubia Ghisi