Abrascão

Encontro no RJ mobiliza defesa do SUS contra ofensiva golpista

Rede fortalece iniciativas de construção do Congresso do Povo e Projeto Popular para o Brasil

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Mesa redonda “Lutas sociais e disputas de poder na saúde: entre o direito e a mercadoria”, durante o 22º Congresso da Abrasco
Mesa redonda “Lutas sociais e disputas de poder na saúde: entre o direito e a mercadoria”, durante o 22º Congresso da Abrasco - Foto: RNMMP

Os ataques à democracia por parte do governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), cuja política de austeridade levou a cortes no orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS), ao desmonte de ações de atenção primária e à volta de doenças evitáveis, guiam os debates no Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrascão-2018), que acontece até o próximo domingo (29), no Rio de Janeiro.

A programação, que mobiliza cientistas, pesquisadores, profissionais de saúde e movimentos populares, não se restringe a balanços e identificação de desafios, mas também de encontrar pontos de unidade para fortalecer a defesa do SUS e dos direitos contidos na Constituição Federal, que completa 30 anos sob ameaça de desmonte.

Andreia Campigotto, médica do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que participou da mesa redonda “lutas sociais e disputas de poder na saúde: entre o direito e a mercadoria”, na tarde desta quinta-feira (26), falou sobre a importância do engajamento no Congresso do Povo e unidade das forças democráticas.

“Essa é a hora de ajudar nos processos, nas iniciativas que estão acontecendo em todo o País. A gente está chamando de Congresso do Povo, que é para dialogar com o povo brasileiro e juntos construirmos um projeto de País, que paute a Saúde, Educação, Reforma Agrária. E é dessa forma que iremos encontrar saídas para a crise, com o povo brasileiro e a unidade das forças democráticas e populares”, detalhou a médica que integra a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP).

A RNMMP participa da programação com 20 profissionais de vários estados do País para ampliar o diálogo e contribuir na mobilização das iniciativas. De acordo com o médico Thiago Henrique, a possibilidade de fortalecer um SUS público, de qualidade e universal passa pela ampliação de ações populares.

“A construção de seminários e plenárias estaduais para o Congresso do Povo. E a outra questão é a construção do Projeto Brasil Popular, que é uma iniciativa da Fundação Perseu Abramo com o MST, para construção de um projeto de nação”.

Segundo Henrique, tanto o Congresso do Povo, cuja conferência nacional deve ocorrer ano que vem, ainda sem data definida, quanto o Projeto Brasil Popular são propostas estratégicas, que vão além das eleições. “Um projeto que discuta o saneamento, justiça fiscal, mulheres, negros, saúde, é um projeto estratégico de País, que não responderá necessariamente apenas às eleições”.

Neste sábado (28), a partir das 10h, será realizada uma reunião de apresentação da RNMMP, na qual será detalhado o Projeto Brasil, no Grupo de Trabalho da Saúde.

Edição: Diego Sartorato