COMIDA SAUDÁVEL

Cooperativa do MST no Rio Grande do Sul conquista certificação orgânica em flocos de arroz

Coopat inova e aumenta o leque de alimentos orgânicos com a sua principal matéria prima, o arroz agroecológico

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Cereal Matinal produzido por cooperativa do MST RS conquista certificação orgânica - Foto: Tais Carollo

Selo de qualidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o que a Cooperativa de Produção Agropecuária dos Assentados de Tapes (Coopat) oferece com seu mais novo produto certificado. No Rio Grande do Sul, os assentados carregam o título de maiores produtores de arroz orgânico da América Latina e a Coopat passou a usar esse alimento para a confecção de outros produtos como a farinha, e agora os cereais de flocos.

A fabricação de cereais surgiu como uma inovação durante o período da pandemia, de acordo com Fábio Lopes, sócio da Coopat e integrante do setor de vendas da cooperativa. "Estávamos tentando nos reinventar, como todo mundo que caiu com a pandemia, criando outros produtos, buscando outros mercados, dos quais não estávamos habituados a fazer”, pontua o sem terra.

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Segundo Lopes, além de aumentar o leque de produtos derivados do arroz orgânico, a cooperativa entendeu que era importante aproveitar a oportunidade que foi apresentada para os assentados. “Esse produto tem um valor agregado, inovamos com os nossos clientes. É um momento onde tudo na produção está muito caro, ao contrário dos preços do arroz para os produtores, então acreditamos que podemos ganhar mais com um derivado do arroz do que o próprio alimento”, explica Lopes.

Opção orgânica para crianças

O público são as crianças, via merenda escolar. No entanto, o alimento também pode ser encontrado nas feiras da região Metropolitana de Porto Alegre, lojas de orgânicos, e na loja virtual da Coopat

Para Lopes esse cereal é perfeito para as crianças, pois é composto somente com ingredientes orgânicos. A cooperativa oferece o flocos de arroz com cobertura de açúcar, flocos de arroz integral, sem cobertura de açúcar, flocos de arroz natural, sem açúcar e por fim a bolinha de cacau, que sofre a moagem, extrusão, secagem e tostagem, depois recebe cobertura ou não.

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A busca pela certificação do alimento iniciou no ano passado. “A indústria que beneficia os cereais estava sem certificação desde 2018, mas com a nossa demanda eles reativaram o processo de certificação. Não tivemos problemas com a matéria-prima, pois temos a fatia mais importante dos insumos, que é o arroz orgânico”, relata o sócio da Coopat.

Os assentados do MST possuem um compromisso com a produção saudável de alimentos, isso é uma marca adquirida historicamente por quem passou pelo acampamento, segundo Lopes. “Oferecer para as crianças em período escolar um produto sem glúten e sem veneno é realmente algo extraordinário, que surpreende até nós mesmos”, finaliza o Sem Terra.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira