AMÉRICA LATINA

Após congelamento de preços, supermercados da Argentina alertam para desabastecimento

A partir de segunda, podem começar a faltar produtos, diz associação do setor; congelamentos foram anunciados por Macri

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Macri congelou preços de 64 produtos; supermercados alertam para desabastecimento
Macri congelou preços de 64 produtos; supermercados alertam para desabastecimento - Foto: Secretaría de Cultura de la Nación

A Associação de Supermercados Unidos da Argentina alertou nesta quarta-feira (24) para a possibilidade de desabastecimento de alguns produtos com preço congelado a partir da próxima semana. A fixação dos preços foi decidida pelo presidente Mauricio Macri em uma tentativa de controlar a inflação do país no ano em que deve tentar a reeleição.

“Temos a expectativa de que, na segunda (29), estejam [nas prateleiras] os preços essenciais, sabemos que há produtos que estão em fase de produção. Sabemos que alguns estão previstos para 7 de maio, mas se está fazendo todo o esforço para que esta segunda esteja completa a lista de Produtos Essenciais [nome oficial do programa de congelamento de preços]”, afirmou Juan Vasco Martínez, diretor-executivo da associação, à rádio La Red.

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Martínez disse que os supermercados tiveram uma participação mínima na confecção da lista com os 64 produtos que tiveram os preços congelados.

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“No momento de publicação da lista, havia produtos em processo de produção. Nossa participação na elaboração da relação foi somente pedir à Secretaria de Comércio que se garantisse o abastecimento. A lista foi elaborada pela secretaria e pelos provedores. Para nós, chegou a relação com os preços de venda finais e nada mais”, afirmou.

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O anúncio do congelamento foi feito por Macri na semana passada. Em três meses a inflação no país chegou à metade do esperado para o ano de 2019, acumulando 11,8%. Em março, o índice foi de 4,7% - maior do que toda a inflação brasileira em 2018 (3,75%).

Em 2018, a Argentina fechou o ano com a inflação em 54,7%, duas vezes mais do que o prometido pelo presidente durante a campanha eleitoral de 2015.

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De acordo com uma pesquisa divulgada em 29 de março pelo Instituto Nacional de Censo e Estatística (Indec), o número de pessoas em situação de pobreza na Argentina aumentou 6,3% no segundo semestre de 2018, cerca de 32% da população argentina é pobre.

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Antes do pedido de empréstimo de US$ 56,3 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e as políticas econômicas aplicadas pelo governo Macri, números indicam que a pobreza aumentou 4,7% em seis meses.

Edição: Opera Mundi