AGROTÓXICOS

Rede varejista sueca boicota produtos brasileiros após liberação recorde de veneno

“Não posso escolher o presidente do Brasil, mas posso escolher o que vou comer”, diz dono da empresa

Brasil de Fato | São Paulo |

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Johannes Cullberg disse que ficou "enfurecido" com a liberação recorde de agrotóxicos no Brasil
Johannes Cullberg disse que ficou "enfurecido" com a liberação recorde de agrotóxicos no Brasil - Divulgação

A rede sueca de supermercados Paradiset, decidiu retirar todos os produtos brasileiros de suas prateleiras, devido à liberação recorde de novos agrotóxicos pelo governo Bolsonaro.  A informação é da jornalista Claudia Wallin, correspondente da Rádio França Internacional (RFI) em Estocolmo. A Paradiset é apontada como a maior rede produtos orgânicos da Escandinávia, mas também oferece variedades de alimentos com agrotóxicos -- em proporções menores que um supermercado comum. 

Segundo a página oficial da empresa, serão removidos "todos os produtos frescos não orgânicos do Brasil do nosso sortimento". Do total de 197 agrotóxicos já autorizados neste ano pelo Ministério da Agricultura do Brasil, 26% são proibidos na União Europeia. 

“Precisamos parar Bolsonaro, ele é um maníaco”, disse à RFI o presidente do grupo Paradiset, Johannes Cullberg. Ele arfima que ficou “enfurecido” ao saber das notícias sobre liberação no Brasil.

“Não podemos, em sã consciência, continuar a oferecer alimentos do Brasil a nossos consumidores, num momento em que tanto a quantidade como o ritmo da aprovação de novos agrotóxicos aumenta drasticamente no país. Decidimos portanto retirar os produtos de nossas prateleiras”, acrescentou Johannes Cullberg em comunicado divulgado à imprensa sueca.

Ele espera que sua ação possa levar outros fornecedores a aderir ao boicote. Segundo o sueco, o Brasil já teve uma das mais progressistas estratégias de alimentação do mundo, mas agora os consumidores do país estão expostos a produtos extremamente perigosos. “Isto é uma loucura”, destacou. “Não posso escolher o presidente do Brasil, mas posso escolher o que vou comer”.

Edição: João Paulo Soares