TRAGÉDIA

ONU calcula que 8,8 milhões de sírios sofrem com consequências dos terremotos

Cifra inclui sobreviventes que terminaram feridos de forma leve ou grave e famílias que perderam suas casas

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Ajuda humanitária descarregada no aeroporto de Damasco, Síria - ACNUR

A delegação especial da Organização das Nações Unidas (ONU) enviada à Síria para ajudar na assistência social aos sobreviventes da série de terremotos, iniciada no dia 6 de fevereiro, apresentou um primeiro balanço dos trabalhos realizados na primeira semana desde sua chegada ao país.

A líder da delegação, Najat Rochdi, ofereceu uma coletiva de imprensa na qual externou algumas observações realizadas durante os trabalhos dos representantes da ONU. Entre elas, está a estimativa de que cerca de 8,8 milhões de pessoas estejam sofrendo, atualmente, com as consequências da série de sismos ocorridos durante as duas últimas semanas.

Essa estatística inclui principalmente sobreviventes que terminaram feridos de forma leve ou grave e famílias que perderam suas moradias, destruídas pelos movimentos telúricos.

Também se calcula que os terremotos levaram às ruínas pouco mais de nove mil casas e edifícios sírios – número que é ainda maior na Turquia, onde se registra mais de 105 mil moradias derrubadas.

"Pelo menos 8,8 milhões de pessoas na Síria foram afetadas pelo terremoto; Com a maior brevidade possível precisam de alguma forma de assistência humanitária".

O drama no caso da Síria é que a reconstrução dessas edificações tende a ser um processo muito mais lento, já que o país ainda vive os resquícios de uma guerra que dura mais de uma década – e que parece estar em seu momento menos conturbado, mas que ainda não chegou a um cessar fogo definitivo.

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Por essa razão, a cifra de pessoas afetadas também inclui aquelas que não necessariamente ficaram feridas ou perderam suas casas, mas que tomaram a decisão de migrar devido ao medo de que sua moradia não suporte os próximos sismos – o país continua registrando novos movimentos telúricos em uma média de um a cada 20 minutos, alguns com mais de 5 graus de magnitude –, ou ao medo de que o governo não seja capaz de prestar assistência necessária em termos de abastecimento.

"Enquanto se recuperavam da catástrofe e o impacto em suas vidas e famílias, sírios voltaram ao trabalho horas após o terremoto para garantir que os mais atingidos tivessem comida suficiente com urgência"

São milhões de pessoas na Síria que vão precisar de algum tipo de ajuda humanitária, seja por abrigo, alimentação, segurança, assistência médica, e em muitos casos são dois ou três fatores desses juntos. A ONU está absolutamente empenhada em ajudar todos os sírios” assegurou Rodchi na coletiva.

Por outro lado, o Coordenador de Socorro de Emergência da ONU, Martin Griffiths, reconheceu que a ONU vem prestando uma ajuda insuficiente às vítimas sírias do terremoto, devido a “entraves burocráticos e problemas logísticos como a falta de uma infraestrutura rodoviária eficaz, que nós não previmos, mas que deveríamos ter considerado, após anos de guerra vividos pelo país. Estamos corrigindo esses problemas”.