JUSTIÇA

ONG denuncia à ONU mortes causadas pela polícia do Rio

Documento enviado às Nações Unidas pede que o Estado brasileiro promova a desmilitarização de suas polícias

Radioagência Nacional |

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Nos dois primeiros meses deste ano, ocorram 182 homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial
Nos dois primeiros meses deste ano, ocorram 182 homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial - Fernando Frazão/Agência Brasil

A ONG Justiça Global denunciou estado do Rio de Janeiro à Organização das Nações Unidas pelo número de mortes causadas por agentes de segurança.

Na sexta-feira, a ONG enviou um informe para a Relatoria de Execuções Extrajudiciais Sumárias e Arbitrárias da ONU, pedindo que o Brasil seja cobrado internacionalmente por violações de direitos humanos.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, nos dois primeiros meses deste ano, ocorram 182 Homicídios Decorrente de Oposição à Intervenção Policial, o que representa um crescimento de 70% em relação ao ano passado.

A justiça global pede que a Secretaria de Segurança Pública seja responsabilizada por estas mortes. Segundo a pesquisadora da ONG Lena Azevedo, diz que muitas crianças estão sendo vítimas de ações policiais:

"Foi o caso da Maria Eduarda, na Fazenda Botafogo, além do video amplamente divulgado de dois policiais executando dois meninos nessa mesma região da Fazenda Botafogo."

Para Lena Azevedo, o apelo a ONU tem como objetivo pressionar que o Brasil cumpra os tratados internacionais de direitos humanos.

"Quando a gente envia um informe desse para a ONU ou para OEA, é uma espécie de cobrança que a gente faz aos organismos internacionais para que cobrem o estado brasileiro cumprir aquilo que se comprometeu a fazer."

O documento enviado à ONU  pede o Estado brasileiro promova a desmilitarização de suas polícias e passe a investigar e responsabilizar, de fato, os autores de execuções sumárias.

A Justiça Global  denuncia o que chama de racismo é estrutural no país citando que negros morrem 2,6 vezes mais que os brancos por armas de fogo.

O relatório diz que o Brasil vive um estado de guerra permanente não declarado que deixa vítimas não só entre os civis e cita que somente em 2015, 393 policiais foram assassinados.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança do Rio disse que como não foi procurada pela Justiça Global nem pela ONU não vai se pronunciar sobre o tema no momento.

 

Publicado originalmente na Radioagência Nacional.

Edição: Radioagência Nacional