Formação

Seminário prepara Congresso do Povo na Paraíba

​​​​​​​Frente Brasil Popular reúne lideranças de todo o estado para organizar trabalho de formação e mobilização popular

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
Durante o seminário, os participantes enfrentaram diferentes temas relacionados aos desafios do trabalho de base
Durante o seminário, os participantes enfrentaram diferentes temas relacionados aos desafios do trabalho de base - Paula Adissi

“Precisamos levar esperança a nosso povo, mostrar que é possível mudar a situação que estamos”, ecoava a voz vibrante de Dilei Aparecida Schiochet do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), atentamente ouvida e aplaudida pelos participantes do Seminário Estadual do Congresso do Povo, ocorrido no último dia 21 em João Pessoa (PB). “Para fazer as mudanças, só temos um instrumento, é povo na rua, não temos outro”, concluiu Dilei.

O Congresso do Povo Brasileiro é uma construção nacional da Frente Brasil Popular (FBP). O maior objetivo é ouvir o povo sobre os problemas locais e nacionais que impactam suas vidas. Conhecido como trabalho de base,  método de mobilização se dará em comunidades, bairros, locais de trabalho, escolas e universidades.

Esses diálogos culminam em encontros coletivos onde se identifica quais são os principais problemas, como resolvê-los, e quem resolve - O que? Como? e Quem?. “Isso se dará inicialmente na localidade, Congresso do Povo local, que se articularão numa nova etapa, a municipal, onde são levadas as sínteses dos Congressos locais. Dos municipais é feita nova síntese, esta é levada ao Congresso do Povo estadual, e em julho culminam em grande e massivo encontro nacional no Rio de Janeiro”, explica Gleyson Ricardo da FBP.

 


Participantes do Seminário Estadual do Congresso do Povo, ocorrido no último dia 21 em João Pessoa (PB)/Paula Adissi

 

Mariana Davi, integrante do Levante Popular da Juventude, ponderou, durante análise de conjuntura no Seminário, que, em tempos de ofensiva da direita, o maior desafio para os setores progressistas é a construção de unidade. Já Paulo Mansan, do MST, falou sobre a situação que se encontram os setores golpistas. Para ele, “o golpe não conseguiu consolidar a narrativa que tentou construir, não conseguiram ter melhoras consistentes na economia, e mais, a direita não consegue se entender, estão divididos para as próximas eleições".

O Congresso do Povo também se articula com a reivindicação "Lula Livre". Mansan acredita que o motivo da prisão do Lula, e possível inabilitação de sua candidatura, é a conclusão do golpe, mas que ainda é possível impedir. “Nós temos uma força que eles [os golpistas] não tem, que é Luiz Inácio Lula da Silva, uma força que pode virar o jogo a nosso favor” afirma.“A questão do Lula tem aderência com a população, as pessoas compreenderam que o que está acontecendo hoje em nosso país é uma injustiça contra Lula, que não tem nada a ver com corrupção, que é uma questão política”, completa Gleyson. 

Lúcia Madruga, do movimento Mãos Dadas, fala que o Congresso do Povo é “uma proposta muito boa e pode trazer bons resultados no sentido de trazer esclarecimento para a população que está nos bairros, que está assistindo televisão todos os dias falando algo que não é o que realmente está acontecendo”. Para o jovem Alan Kilson, filho de assentado e morador do município de Remígio (PB), “o Congresso do Povo é uma forma de organizar o povo brasileiro, criar uma grande massa para que a gente possa construir um projeto de nação que queremos, uma sociedade mais justa para todos e todas”.

O evento aconteceu no Sindicado das Telecomunicações (Sinttel), no centro de João Pessoa, teve 120 participantes de todas as regiões do estado, e 34 entidades sociais representadas. Aparecida Elias veio do alto sertão para participar do Seminário, para ela “foi um dia muito importante, o Congresso do Povo precisa se concretizar como uma forma de fazer frente ao avanço dessa direita que não tem menor respeito pelos direitos que o trabalhador conquistou ao longo da história”. Aparecida integra um coletivo de mulheres na cidade de Souza (PB) e é estudante de serviço social.

Edição: Monyse Ravenna