Teatro

Artistas se reúnem no lendário Teatro Oficina pela democracia e contra o golpe

“Em tempos de ódio, a onda golpista, de aspecto fascista, surfa na mídia hegemônica", diz chamamento do grupo

Revista Fórum |
O diretor  Zé Celso Martinez – em cartaz com Pra dar um fim no juízo de Deus, de Antonin Artaud – usou a montagem do texto para fazer várias críticas a personagens envolvidos na tentativa de destituir a presidenta Dilma.
O diretor Zé Celso Martinez – em cartaz com Pra dar um fim no juízo de Deus, de Antonin Artaud – usou a montagem do texto para fazer várias críticas a personagens envolvidos na tentativa de destituir a presidenta Dilma. - Rerodução

Artistas e intelectuais paulistas se reunirão na noite desta segunda-feira (04/04), no Teatro Oficina, para se manifestar em defesa da democracia e contra a possibilidade de um golpe afastar Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República.

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“Em tempos de ódio, a onda golpista, de aspecto fascista, surfa na mídia hegemônica pra disseminar narrativas de combate à diferença, ao pensamento múltiplo, aos corpos livres, às minorias”, diz chamamento do grupo do diretor Zé Celso Martinez Corrêa, perseguido político durante a ditadura militar.

O diretor – em cartaz com Pra dar um fim no juízo de Deus, de Antonin Artaud – usou a montagem do texto para fazer várias críticas a personagens envolvidos na tentativa de destituir a presidenta do poder por um impeachment sem fundamento jurídico, como o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o ministro do STF Gilmar Mendes, o juiz federal Sergio Moro e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na noite de sábado, ao final do espetáculo, Zé Celso lembrou que o grupo apresentará a peça em Brasília nos mesmos dias em que o pedido de abertura do processo de impeachment será votado na capital federal e pediu apoio do público para vencer o processo de cassação presidencial.

Leia o manifesto do grupo:

#culturapelademocracia
em Sampã

 

Artistas de teatro, música, cinema, samba, artes visuais, poetas, escritores, cyberativistas, povos de terreiros, arquitetxs e urbanistas, povos indígenas, movimentos de cultura popular, jornalistas, estudantes e professores se reúnem na segunda, 04 de abril, em um grande coro libertário para a criação de novas proposições políticas em direção à democracia.

Em tempos de ódio, a onda golpista, de aspecto fascista, surfa na mídia hegemônica pra disseminar narrativas de combate à diferença, ao pensamento múltiplo, aos corpos livres, às minorias.

Vamos nos unir no Teat(r)o Oficina, território de efervescência cultural, de uma arte viva e vivida nos corpos, pra celebrar a reexistência da liberdade, do afeto e da diversidade, só possíveis em uma sociedade democrática de fato.

A arte e a cultura são infraestruturas da vida, potências fundamentais capazes de pensar e criar novos valores sociais, políticos, econômicos, ambientais, afetivos…
É urgente o pragmatismo poético pra criar outras narrativas, veículos de ação para deter o avanço da frente fria conservadora!

Felicidade guerreira contra a manifestação apática dos patos!
Desejamos ações estéticas pra vida!
Pela cultura e pela arte como fontes de respiro e alteridade.
#nãovaitergolpe !

Esse evento é uma iniciativa do Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (Cuca, da UNE), União Estadual dos Estudantes de São Paulo, Cooperativa de Teatro Paulista, Cooperativa dos músicos de São Paulo, Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, Universidade Antropófaga.

Data: Segunda, 4 de abril
Horário: 20H
Local: Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona
Rua Jaceguai, 520 – Bixiga

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