Sob o lema #BrasilPelaDemocracia, diversas entidades que integram a Articulação Continental dos Movimentos Sociais da Aliança Bolivariana para os povos de Nossa América (Alba), se somaram, nesta sexta-feira (15), em Buenos Aires (Argentina), à jornada de lutas contra a tentativa de golpe no Brasil com o processo de impeachmente da presidenta Dilma Rousseff, em tramitação na Câmara dos Deputados. Atos em Equador, Venezuela e Colômbia, Canadá e Estados Unidos, também ocorrem.
“Convocamos a atividade porque estamos preocupados com os acontecimentos no Brasil. Um golpe neste país impactará em todo o continente, consolidando o avanço da política norte-americana na região”, sinalou Gonzalo Armúa, militante de Pátria Grande, umas das organizações argentinas que integram a ALBA.
“Com o triunfo de [Maurício] Macri nas eleições da Argentina, os Estados Unidos deram um passo muito importante para desarmar os avanços na integração de América Latina e o Caribe, que tiveram lugar nos últimos dez anos, desde a derrota do ALCA em Mar del Plata em novembro de 2005. Se dão um golpe no Brasil e assume um governo de direita - como pretendem -, em pouco tempo terá dado um giro radical na situação do continente”, disse Armúa. E agregou, “além disso, legitimará esta nova modalidade de ‘golpes brandos’, com participação dos meios de comunicação, o Parlamento e o Poder Judicial, um processo muito parecido com o Paraguai em 2012”.
Armúa, também sinalou as manifestações são em solidariedade ao Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que no dia 7 de abril, tiveram dois camponeses assassinados no Paraná. Alem dos Movimentos da ALBA, se somam à atividade o Acampe Anti-imperialista e o Coletivo Passarinho, formado por brasileiros e brasileiras que moram na Argentina.
Passarinhos em Buenos Aires
Passarinhos em Buenos Aires é um grupo que se criou precisamente em torno aos conflitos políticos no Brasil. Fundou-se faz poucas semanas, em uma data emblemática para a história brasileira: 31 de março, aos 52 anos do inicio da última ditadura civil-militar no país.
“Nosso grupo é muito variado, como somos também no Brasil. Ninguém mora aqui porque odeia o Brasil, ninguém foi embora por não poder viver nesse aparente “estado de crise” que os meios de comunicação insistem em falar sobre o Brasil”, explicitam em sua página no Facebook.
Em diálogo com Notas.org, Isabela Gaia, integrante da agrupação, explica que “o coletivo Passarinhos é uma agrupação suprapartidária de brasileiros residentes em Buenos Aires, que militamos em distintas agrupações da esquerda, que se propõe difundia contrainformação política e cultural do Brasil”.
“Muitos de nos só podemos chegar aqui porque a política dos últimos anos no Brasil abriu para o mundo. Temos muitas criticas aos governos de [Luiz Inácio] Lula [da Silva] e de Dilma. Mas o impeachment, previsto na Constituição do Brasil, está previsto em casos de delitos de responsabilidade. Sem delito, é um golpe”, manifesta o coletivo nem sua rede social.
Edição: Simone Freire
Tradução: María Julia Giménez
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