Literatura

Feira Internacional do Livro de Havana

Uma experiência para lembrar com o coração

De Havana |
A Feira é uma grande festa literária com cara de povo
A Feira é uma grande festa literária com cara de povo - Divulgação

Para olhos estrangeiros o forte de La Cabaña, na cidade de Havana, parece ser em fevereiro palco de um grande festival de música popular. A festa é realmente pulsante, mas a figura mais popular desse espetáculo é o livro. A Feira Internacional do livro de Havana é a grande festa do livro e da cultura na América Latina, festa que parece ser feita do real e sincero afeto aos livros e à leitura. Afeto de quem aprendeu a amar livremente os livros a partir do acesso à leitura como direito garantido e ampliado.

Entrar na 25ª edição da Feira Internacional do Livro de Havana é se misturar entre as mais variadas cores, expressões e idades. Por qualquer entrada da feira existe sempre uma corrente humana formada por crianças, jovens, adultos e idosos buscando um livro novo. E de andar entre livros, chegam a ter sua cor e sabedoria, como diria o intelectual revolucionário cubano José Martí. A Feira Internacional do Livro de Havana, que traz anualmente o lema “ler é crescer”, rende em toda edição homenagem a duas personalidades da literatura e a um país convidado de honra. Na 25ª edição da Feira, o país convidado foi o Uruguai, do qual estavam disponíveis 31 títulos de escritores e escritoras. Em 2016, a Feira esteve dedicada a poeta e ensaísta, Lina de Feria, e ao folclorista, etnólogo e pesquisador, Rogelio Martínez Furé.

Os imensos muros do forte construído no século XVIII para guardar a cidade, abrigaram nessa edição da Feira Internacional do livro aproximadamente quatro milhões de exemplares: participaram cerca de 700 escritores, artistas, editores e distribuidores, provenientes de 37 países de todos os continentes. No entanto, presença massiva é dos cubanos como Ada Labrada, de 73 anos, e sua neta Stephanie Cervantes Sánchez, de 8 anos. Ada estava concentrada lendo um livro sobre culinária e contou que não perde uma edição da Feira desde 1998. “O que mais me encanta na feira é o entusiasmo do público”, conta a leitora que diz que tem como prediletos os livros de Ernesto Che Guevara e Fidel Castro.

A Feira é uma grande festa literária com cara de povo: se vê muita fartura de livros, de comida e de alegria. Fazer uma festa literária nessa dimensão é também resistência já que o bloqueio – embargo econômico, financeiro e comercial imposto pelos EUA que ainda está em vigor na ilha – dificulta a compra de artigos tão necessários para a publicação de livros como o papel.

A Feira do Livro Internacional de Havana, aconteceu de 11 a 21 de fevereiro, no entanto, o evento não é privilégio da capital de Cuba. Depois que é concluída a etapa da Feira na cidade de Havana, a festa literária segue por outras partes do país.

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