Coluna

O povo está dividido?

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O povo da favela está assistindo a mesma televisão que o povo do asfalto

Na manhã do último domingo estive na Av. Atlântica, em Copacabana. Fui à manifestação com muito funk, na qual se esperava a presença de mais de 100 mil pessoas para gritar contra o golpe. Compareceram apenas cerca de 50 mil pessoas. Pra muitos foi um fracasso, já para mim foi um sucesso.

As pessoas achavam que os moradores de favelas desceriam os morros em peso para curtir o “baile funk” a céu aberto e assim marcar posição a favor da permanência da presidente Dilma.

É preciso entender que o povo da favela está assistindo a mesma televisão que o povo do asfalto. Assim, ambos estão recebendo a mesma informação.

Esperava-se muita gente na rua gritando a favor do golpe, mas esse povo também não apareceu. Quem foi manifestar sua posição viu que as ruas estavam claramente vazias naquele domingo.

Isso não aconteceu somente no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Brasília foi o maior exemplo disso, a Praça dos Três Poderes parecia uma casa preparada para receber mais de mil convidados e só apareceram cinquenta.

Diante desse quadro, quando o Congresso decidiu dar continuidade ao rito do golpe, foi muito fraca a comemoração daqueles que querem a saída da presidente Dilma. Como também foi muito tímida a frustração daqueles que querem o respeito aos resultados da ultima eleição.

Portanto, termino com uma análise de Leonardo Boff: “Se os pobres do Brasil soubessem do mal que está em curso com esse golpe, iria faltar calçada pra tanto manifestante”.

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