Educação

Secundaristas e universitários promovem atos de rua nesta quinta (28)

Atos ocorrem em diversas instituições do país; em SP, secundaristas protestam contra corte de verbas do governo estadual

Redação |
Secundaristas de SP farão paralisação contra a máfia da merenda e em apoio à greve de professores
Secundaristas de SP farão paralisação contra a máfia da merenda e em apoio à greve de professores - Reprodução/ O Mal Educado/ Facebook

Nesta quinta-feira (28), secundaristas e universitários vão às ruas manifestar seu descontentamento sobre pautas distintas em todo país.

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A União Nacional dos Estudantes (UNE), em parceria com comitês universitários, convocou instituições de todo o país a se mobilizarem nesta quinta-feira (27) no que está sendo chamado de "Dia de Paralisações pela Democracia", contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ao menos 40 universidades estão confirmadas nos atos de ruas, trancamentos e aulas públicas que ocorrerão em diversos estados. 

Segundo Marianna Dias, diretora de relações internacionais da UNE, o objetivo das ações é debater uma ruptura constitucional e democrática no país.  "A intenção é que a gente possa, por meio destes comitês universitários que foram criados, promover ações sobre a conjuntura política. A gente tem percebido muitas mobilização espontâneas acontecendo e isso nos coloca a responsabilidade de dialogar com todos esses atos através da universidade, que tem se tornado um pólo de resistência muito grande", disse.

A organização pretende, através das ações, provocar o diálogo não apenas com os estudantes, mas com amplos setores da sociedade civil. "Quando você tranca uma rua, as pessoas querem saber o porquê de se estar fazendo isso. E quando fazemos isso contra o impeachment e à favor da democracia, é um convite para elas refletirem sobre o que está acontecendo no Brasil".

As mobilizaões, segundo Marinna, são também uma espécie de recado a um possível governo do vice-presidente Michel Temer. "Há focos organizados e fortalecidos de resistência. A gente quer deixar muito claro que não vamos reconhecer um governo golpista e vamos resistir. Por mais que se tenha sofrido uma derrota na Câmara dos Deputados, a gente não pode deixar de lutar e ter ousadia".

A avaliação da UNE é de que reconhecimento de um governo do peemedebista é "aniquilação do processo democrático construído no Brasil".

"A educação tem corrido risco muito grandes. O projeto que Michel Temer representa é o do neoliberalismo, da privatizacão e do corte de orçamentos sociais... É reviver a realidade do Brasil da década de 1990", argumentou Marianna.

Outros atos

Os estudantes também realizarão atos na cidade de São Paulo nesta quinta-feira (28), mas as ações não fazem parte da agenda da UNE, conforme esclarece o estudante Raul dos Santos, da Escola Técnica Estadual (ETEC) Guaracy Silveira. "Vamos seguir a agenda de luta dos secundaristas desde o início do ano, contra a máfia das merendas e os cortes [orçamentários], mas também é um ato para demostrar apoio aos professores, que estão em estado de greve", disse Santos.

Uma possível greve dos professores pode ser decretada nesta sexta (29), conforme anunciado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Está em pauta o ajuste salarial, os desvios da merenda, o fechamento de turmas, as condições trabalhísticas e o direito à licença para tratamento de saúde.

"Nas escolas estaduais, nós sofremos com a falta de merenda escolar, graças aos desvios da verba pública, além do fechamento silencioso de ciclos, turnos e salas. Os professores da rede estadual estão sendo continuamente desrespeitados por esse governo, que negou o bônus de desempenho, que seria oferecido em troca de um reajuste salarial insignificante. O bônus ficou em menos da metade do benefício concedido no ano passado, e o reajuste salarial, em 0%", diz trecho da convocatória dos Secundaristas em Luta.

A concentração ocorrerá às 8h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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