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"Aos brasileiros que se opõem ao golpe, mantenham-se mobilizados", diz Dilma

Eu não sou mulher para aceitar este tipo de chantagem, reiterou Dilma referindo-se a Eduardo Cunha

Redação |
 "A luta pela democracia não tem data para terminar, é permanente", disse
"A luta pela democracia não tem data para terminar, é permanente", disse - Mídia Ninja

A presidente Dilma Rousseff se pronunciou na manhã desta quinta-feira (12), após ser notificada pela decisão do Senado Federal de aprovar o impeachment de seu mandato. Emocionada, a presidenta disse que a ação é um "golpe" contra a democracia no Brasil e que lutará pelo seu mandato. "Aos brasileiros que se opõem ao golpe, independentemente de posições partidárias faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta pela democracia não tem data para terminar, é luta permanente, que exige de nós dedicação constante", disse.

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Dilma ficará afastada por 180 dias e Michel Temer assumirá o governo interinamente. A aprovação do impeachment se deu no início da manhã desta quinta – por 55 votos favoráveis e 22 contrários -, após uma longa sessão de mais de 20 horas no Senado.

Em seu pronunciamento, a presidenta também reiterou que seu governo é alvo de "intensa e incessante sabotagem", garantindo que nunca cometeu nenhum crime de responsabilidade em seu governo. "[O impeachment] desve-se ao fato de que como presidenta nunca aceitei chantagem de qualquer natuzera", afirmou.

"Posso ter cometido erros, mas nunca crimes", disse.

Resistência

"A luta pela democracia é longa, e pode ser vencida e vamos vencer. A democracia é o lado certo da história", frisou a presidenta. Neste sentido, desde a manhã desta quinta, movimento populares, centrais sindicais e entidades que integram as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizam mobilizações em todo o Brasil, que devem se prolongar ao longo do dia em defesa da democracia.  

Ao término de seu discurso, Dilma se dirigiu à frente do Palácio do Planalto, onde discursou para manifestantes que foram prestar sua solidariedade e resistência. "Eu não cometi crime de responsabilidade. Estou sendo objeto de uma grande injustiça", disse.

Para milhares de pessoas que gritavam palavra de solidariedade à presidenta, Dilma justificou o motivo do golpe: "Nós nos recusamos a dar a ele, o senhor Eduardo Cunha, os votos na Comissão de Ética para que ele fosse absolvido. Eu não sou mulher para aceitar este tipo de chantagem!", reiterou. 

Ao final do discurso, Dilma caminhou em meio ao povo que estava em frente ao Planalto cumprimentando as pessoas que foram saudá-la. 

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