Conflito

MTST ocupa latifúndio na periferia de Fortaleza (CE)

O acampamento é formado por famílias que viviam em áreas de risco, favelas, casas de parentes e na rua

Especial para o Brasil de Fato |
1200 famílias do MTST ocupam, desde a madrugada do dia 21 de maio, um latifúndio urbano na periferia de Fortaleza (CE)
1200 famílias do MTST ocupam, desde a madrugada do dia 21 de maio, um latifúndio urbano na periferia de Fortaleza (CE) - MTST

Mais de 1200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupam, desde a madrugada do dia 21 de maio, um latifúndio urbano situado na região do Grande Bom Jardim, periferia de Fortaleza (CE). Além de reivindicar moradia digna, a iniciativa protesta contra medidas do presidente interino Michel Temer, dentre elas o fim do programa 'Minha Casa Minha Dívida'.

Em carta pública divulgada nas redes sociais, os militantes do MTST explicam que a ocupação é formada por famílias que viviam em áreas de risco, favelas, casas de parentes e na rua, além de pessoas que não conseguem mais pagar o aluguel porque estão desempregadas ou ganham muito pouco. "São mulheres, homens e crianças que decidiram lutar pacificamente depois de tanto descaso do poder público e da sociedade", afirma a carta.

Afirmam ainda que o terreno no bairro do Bom Jardim estava em situação de abandono quando os sem-teto chegaram e é "grande o suficiente para abrigar ainda mais famílias".

A ocupação pretende ajudar a sanar parte do déficit por moradia de toda a região. Diariamente, os ocupantes realizam assembleias para tomar decisões sobre a organização, estrutura e segurança de todos no local. Em uma das primeiras, que contou com a presença de mais de 2.500 pessoas, os sem-teto a nomearam de Povo Sem Medo.

"Esse tem sido o sentimento que impulsiona a luta por moradia e por democracia. Em tempos de retiradas de direitos e golpes, precisamos esquecer o medo e lutar", afirmam os sem-teto. Dentre as pautas da ocupação, além de moradia digna, as famílias exigem o fim da revogação do 'Minha Casa, Minha Vida', especialmente a modalidade Entidades, destinada a atender às demandas de moradia popular. Também protestam contra o governo interino de Michel Temer, afirmando que não o reconhecem e que o consideram "ilegítimo".

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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